Sunday, December 03, 2006

a good year...

“A Good Year” acompanha o famoso corrector da bolsa Max Skinner numa viagem inesperada. Por morte do seu tio Henry, Max tem de deixar a sua cinzenta e buliçosa Londres e visitar as paragens solarengas da Provença, onde o seu parente lhe deixou uma herdade e uma área considerável de vinhas. Mas, ao chegar ao château abandonado e se confrontar com as próprias memórias, emergidas a cada reminiscência sensorial (os cheiros, a atmosfera calorosa, o idioma) aprende a apreciar o verdadeiro valor das pequenas coisas da vida e perde-se de amores por uma habitante local. O filme tenta estabelecer um misto de obra doce e sensual e, contrastando um ambiente com o outro, fazer o espectador experimentar as alegrias de um tempo que não é moldado pelas impositivas obrigações sociais, mas pela agradável fruição da vida abonada no campo.
Existe um mundo, em Londres, onde o objectivo primordial da existência é acrescentar o máximo possível de casas decimais à própria conta bancária. E há, do outro lado do Canal da Mancha um mundo mais solar, onde a vida pode ser degustada como um bom vinho produzido na região. Esse antagonismo entre trabalho e prazer, ou entre as formas diametralmente opostas de anglo-saxões e latinos viverem, é o cerne do filme. Intimista, delicado e não obstante um tanto insonso e previsível deu para saborear descontraidamente. Está longe de mudar a minha vida, até porque sou apaixonado por Londres e os discursos do campo não me deixam sensíveis à primeira, mas as duas horas que se passa em frente ao ecrã não são necessariamente um desperdício. Ainda com Albert Finney.
A Good Year - trailer

8 comments:

maria said...

Não vi o filme.
De qualquer forma, pertenço ao clube dos que acreditam que esse "tempo que não é moldado pelas impositivas obrigações sociais, mas pela agradável fruição da vida" e das pequenas grandes coisas em que diariamente tropeçamos e não vemos prevalecerá sobre esse outro tipo de existência cujo "objectivo primordial é acrescentar o máximo possível de casas decimais à própria conta bancária".
Gostei muito deste post
Beijinho e boa semana

OLHAR VAGABUNDO said...

vou tentar ver o filme...
abraço vagabundo

José L. Serrano said...

moito obrigado, gracias por tu visita a la taberna del mar

Paulo said...

Talvez venha a ver o filme.
abraço
Paulo

Som do Silêncio said...

Não vi o filme, mas depois do post, irei ver concerteza!

Beijo

Anonymous said...

Parece interessante.
Beijito.

silvia said...

Não conheço mas quem sabe se agora não estarei tentada a ver?

Um beijo e um :)

nelio said...

vi o filme e subscrevo. sem lamechices e sem panfletarismos, deixa a sua mensagem com eficácia narrativa e humor q.b... duas boas horas em frente ao ecran.