Na agitação do centro de Lisboa, para os lados do Marquês, nem damos pelos segredos que se ocultam para lá das paredes dos nobres edifícios. É disso exemplo a Casa-Museu da Fundação Medeiros e Almeida, que agasalha toda a colecção de arte de um filantropo, descendente de uma endinheirada família açoriana.
Foi no palacete de estilo parisiense oitocentista, situado no gaveto das ruas Rosa Araújo e Mouzinho da Silveira e adquirido à Nunciatura Apostólica, que Medeiros e Almeida viveu, até meados dos anos 80. O espólio ocupa dois pisos do edifício: no primeiro cumprimenta-nos uma colecção de relógios considerada uma das mais valiosas da Europa. Constituem-na centenas de exemplares, datados de 1600 a 1968, tendo alguns pertencido a Fouquet, ministro de Luís XIV, à Imperatriz Sissi, ao duque de Wellington, ao rei D. Pedro e à Rainha D. Maria Pia. Seguem-se-lhe uma capela e uma sala que guarda terracotas e porcelanas dos últimos 20 séculos da China. O andar principal foi palco de grandes recepções como as oferecidas aos príncipes do Mónaco e ao embaixador inglês Lord Campbell. Todos os interiores encontram-se mobilados, como na época em que eram habitadas. Na sala de jantar expõem-se cinco conjuntos de mesa de prata e porcelana, e na antiga copa, sobressai um serviço de chá português que acompanhou Napoleão no seu exílio na Ilha Santa Helena. Tudo isto numa sequência de 25 salas que atravessam séculos.
Medeiros e Almeida ganhou reputação de coleccionador a nível europeu, palmilhando salas de leilões por todo o Velho Continente, muitas vezes para ombrear peças de arte com alguns dos mais conceituados museus mundiais. Instigado pelo desígnio de deixar um legado foi-se tornando selectivo nas aquisições, ao reunir na sua colecção obras de alguns dos grandes mestres da história da arte. Daí os originais de Brueghel e de Jan van Goyen e as esculturas raras (um precioso Bernini).
Como exposição temporária, a Fundação mostra fotografias de Eduardo Nery. Intromissões, um concubinato entre uma visão contemporânea e a nobreza das peças da casa-museu em 32 fotografias a preto e branco.
A entrada da casa-museu faz-se através de um opaco portão de ferro. Segue-se um pequeno pátio partilhado pela esplanada coberta do restaurante-cafetaria. Foi ali que após um olhar deliciado pela exposição me acomodei num muito ligeiro e rápido almoço…
Foi no palacete de estilo parisiense oitocentista, situado no gaveto das ruas Rosa Araújo e Mouzinho da Silveira e adquirido à Nunciatura Apostólica, que Medeiros e Almeida viveu, até meados dos anos 80. O espólio ocupa dois pisos do edifício: no primeiro cumprimenta-nos uma colecção de relógios considerada uma das mais valiosas da Europa. Constituem-na centenas de exemplares, datados de 1600 a 1968, tendo alguns pertencido a Fouquet, ministro de Luís XIV, à Imperatriz Sissi, ao duque de Wellington, ao rei D. Pedro e à Rainha D. Maria Pia. Seguem-se-lhe uma capela e uma sala que guarda terracotas e porcelanas dos últimos 20 séculos da China. O andar principal foi palco de grandes recepções como as oferecidas aos príncipes do Mónaco e ao embaixador inglês Lord Campbell. Todos os interiores encontram-se mobilados, como na época em que eram habitadas. Na sala de jantar expõem-se cinco conjuntos de mesa de prata e porcelana, e na antiga copa, sobressai um serviço de chá português que acompanhou Napoleão no seu exílio na Ilha Santa Helena. Tudo isto numa sequência de 25 salas que atravessam séculos.
Medeiros e Almeida ganhou reputação de coleccionador a nível europeu, palmilhando salas de leilões por todo o Velho Continente, muitas vezes para ombrear peças de arte com alguns dos mais conceituados museus mundiais. Instigado pelo desígnio de deixar um legado foi-se tornando selectivo nas aquisições, ao reunir na sua colecção obras de alguns dos grandes mestres da história da arte. Daí os originais de Brueghel e de Jan van Goyen e as esculturas raras (um precioso Bernini).
Como exposição temporária, a Fundação mostra fotografias de Eduardo Nery. Intromissões, um concubinato entre uma visão contemporânea e a nobreza das peças da casa-museu em 32 fotografias a preto e branco.
A entrada da casa-museu faz-se através de um opaco portão de ferro. Segue-se um pequeno pátio partilhado pela esplanada coberta do restaurante-cafetaria. Foi ali que após um olhar deliciado pela exposição me acomodei num muito ligeiro e rápido almoço…
23 comments:
Caro Luís,
"BRigados", de cada vez que aqui chego ...sinto uma enorme onda de alegria pela minha Lisboa que aqui vejo ao pormenor!!!!
Agradeço de coração!!!
UM BOM FIM DE SEMANA!!!
Olhe estive a pensar: se me der essas informações todas posso tornar-me guia turística.
Que tal?
Mil beijinhos e bom fim de semana, que como já sei que vai ser " especial" já me estou a roer de inveja. :)
interessantíssimo... andei a "cuscar", tapetes, joelharia, mobiliário... os meus "temas". outra época... nada a ver com o que tenho ou faço, mas gostei muito.
edurado ney... a explorar, com tempo! já está na pasta dos favoritos.
pena o almoço, apesar de ligeiro, ter sido rápido (digo eu!)
um abraço
luísa
ah! ando sempre para comentar isto e depois esqueço. a música de fundo, muito bela... uma das mais belas... para mim, sempre acompanhada de cisnes, lagos, braços sem penas próprias num adejar maravilhoso.
Estimado Amigo Luis,
Hoje venho, de corrida, deixar-lhe um abraço amigo e votos de um excelente e feliz fim de semana, com muita Luz, Paz e Amor.
Maria Faia
Olá Luís
Dá-me sempre estas dicas maravilhosas,acessíveis, cativantes...
por isso gosto tanto de si e dos eu blogue
Bom fim de semana
O que tu descobres nesta nossa Lisboa... é incrível; e a lista aumenta...aumenta...aumenta...
Abraço.
Mais um espaço a descobrir. Lisboa tem tanto destes pequenos espaços e é uma pena que estejam tão pouco publicitados.
Obrigado pelo que faz
Um abraço
Jorge Vicente
Luis,
Parabens pelos dois lindíssimos posts (sobretudo o da homenagem à sua mãe) que é afinal uma homenagem a todas as mulheres. Obrigado pela parte que me toca!
Já agora, lembrei-me de lhe perguntar: já foi às novas instalações da Livraria Ler Devagar, em Braço de Prata ?
Olhe que vale a pena (para sique gosta tanto de ler e até pode vir com a familia (mãe, filho e mulher) pois as diferentes salas são tão acolhedoras, que apetece ficar, ficar... sem olhar ao tempo que passa... (está aberta até às 2 da manhã) !
Um abraço
Lucinda
GOSTO DE BLOGUES ONDE PASSO E K TANTA INFORMAÇAO TÊM , É BOM POIS ESTAMOS SEMPRE A APRENDER,OBRIGADO
BJO
CARLA GRANJA
Tantas vezes que passei por aí e nunca tinha reparado nessa Fundação - é a correria desta vida sem sentido... mas da próxima vez que lá passar vou estar mais atento ou quiçá até entrar. Obrigado pela dica!
Um abraço!!!
Luis! Feliz por estar sempre conhecendo um pouco mais sobre vocês. Assim posso conhecer uma pontinha desse mundo maravilhoso!
Obrigada!
Que sua semana seja feliz!
Beijos
Olá, Luís! Passei para agradecer pelo gentil comentário em meu blog e, é claro, lhe conhecer melhor.
Um espaço muito interessante o seu, com informações diversas e textos refinados.
Destaquei esse aqui:
"... Ela voa, como os anjos. Como os rios por dentro das nuvens...", de Como uma mãe por detrás.
Aprecio a sua sabedoria em concordar com o "conquistado", agora, é evidente que a "química" é essencial.
Voltarei outras vezes.
Tenha a melhor das semanas!
vim aqui porque gostei de ler as tuas palavras noutro blog...que lufada de cultura levei, são teatros, livros e musica...que bom de voltar também. sofialisboa
Meu bom amigo "brother" Luís,
Como é possível que tenha passado ao lado deste espaço? A corrida da vida faz destas coisas. A desatenção outro tanto. Resta-nos a consolação de que existem olhares atentos e corações generosos como o teu, para nos servirem de guia.
Abraço muito amigo, Luís
Um bem hajas pela partilha
Mel
É... Lisboa é, de facto, surpreendente! E essa característica torna-se ainda mais notória quando posta a nu neste espaço.
Obrigado por mais uma dica valiosa!
Interessante.. eu de Lisboa conheço muito pouca cultura... infelizmente.
Vale-me na invicta os Serralves e afins.
Beijoooooooooo!
Tu, teimando trazer-me lugares de lembrança / temperança.
A última vez que por lá passei, há dois anos, saí para uns pastéis de nata monstros na Cister :)
Os mesmos que assistem à Galeria de S. Mamede :)
O que tenho para trás por ler... tenho estado ausente.
Começam a ser famosas as horas de almoço. Para nosso prazer!
Beijinho*
a arte de coleccionar sempre atirou-me muito... sempre gosto dos olhares doutros artistas sob esse facto de coleccionar. O protagonista da novela que usei como título do meu blogue foi um grande coleccionista.
Um abraço
Estimado Luis,
Sempre um bom momento de cultura!..
Obrigado Amigo
Maria Faia
Amigo Luís, as tuas descrições parecem saídas de um argumento cinematográfico (dos bons), das páginas de um romance...
Gosto muito de passar por aqui.
Abraço
P. S. Onde é que tiraste a ideia que eu ia abandonar o meu blogue?! É claro que não! Apenas tenho tido pouco tempo para estar com vocês e isso deixa-me um pouco triste... Os meus filhotes precisam dos meus cuidados e entre eles e a minha paixão, que é a Fotografia, já deu para notar qual foi a minha primeira escolha! Mas, sempre que puder, publicarei um pouco do meu olhar...
Obrigado pelas palavras, pela atenção!
O que eu aprendo contigo !!!
Um abraço amigo
Oie Luis, passei pra lhe ver e deixei beijinhos...
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