Wednesday, November 21, 2007

civilização grega na avenida de berna...

Com a chegada do tempo frio, há mais tempo para ver e para sentir. As minhas horas de almoço são trocadas por alguns tesouros desarrumados pela cidade. E não há local melhor que a Gulbenkian, onde o prazer da cultura convive com a frescura dos seus jardins. Ontem, transportei-me para territórios gregos. Assisti a arte engendrada ao longo de 8 mil anos, desde o período neolítico até 1830. «Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas» é o título da exposição patente no museu. A criteriosa selecção de objectos percorre a história grega. Algumas das peças nunca tinham saído do país. A mostra abrange escultura, ourivesaria, cerâmica, metais, pintura e livros. Estatuetas, vasos pintados, ânforas, objectos em ouro também picam o ponto. Colares, brincos e pulseiras soltam-se no espaço; evidencia-se um centro de diadema em folha de ouro com granadas. Ao longo dos séculos, as peças exibem o metamorfosear da civilização. No período clássico Atenas assistiu a um período singularmente marcante a nível cultural e económico e as peças de escultura e joalharia ilustram-no. No período que corresponde ao cristianismo surgem objectos relacionados com a religião, como cruzes, ícones, salvas de prata, taças, cofres e caixas para hóstias e bordados com motivos eclesiásticos. A partir da segunda metade do século XVIII, a arte espelha uma mescla de interferências (desde o bizantino ao barroco) com jóias abundantemente trabalhadas, geralmente em prata. A independência da Grécia como Estado moderno, na primeira metade do século XIX, comparece ilustrada por pinturas, numa das quais aparece lorde Byron num traje grego como um dos defensores dessa causa. As obras expostas são enriquecidas por um conjunto de textos que, ao longo de 13 etapas, dividem a história da Grécia.

Numa altura em que tanto se discute a Europa será útil relembrar que a matriz da nossa identidade vem da Grécia.

20 comments:

Isabel Victor said...

Tesouros do Museu Benaki !

Visitei este museu e as suas magníficas colecções numa visita a Atenas

Isabel Victor said...

Abraço e obrigada pela visita

isabel mendes ferreira said...

pois é. Luis.


para que ela a memória não desapareça.

assim o teu "roteiro".




_________________

obrigada.


bjj.

Ka said...

Sem dúvida uma exposição a visitar, pela tua descrição. Pelo que percebo deves ter a Gulbenkien mesmo aí ao lado e nem te digo a inveja que tenho...hehe

Tu devias ser subsidiado pelo estado e andar por esse país fora a fazer um roteiro cultural pois pelo que percebo nem quem vive em Lisboa tem a percepção de tudo o que existe para ver e visitar.

Bj

Beti said...

:)
bj*

avelaneiraflorida said...

Caro Luís,

Sempre INFORMAÇÂO PRECIOSA aqui neste cantinho!
"BRIGADOS", não tenho tido muita disponibilidade para vir fazer as minhas visitas, mas sempre que aqui chego...SINTO_ME BEM!!!!
"BRIGADOS", mais uma vez!!!!

Maria said...

Uma preciosa informação para preencher um sábado de outono...
Obrigada!

Maria Faia said...

Estimado Luis,

Hoje, passo de mansinho, para deixar um beijo amigo e dizer que há um mimo para si, no Querubim.
Depois, voltarei, com mais tempo...

Maria Faia

teresamaremar said...

Quando visitei o Museu Benaki, gostei particularmente das peças bizantinas, período que me fascina.



Em resposta... muito se modificou entre a minha primeira e segunda visitas. Inevitável era. Mas, ainda assim, a magia mantém-se.

Essa tua viagem de bastidores... a deixar inveja :) saudável
[devia haver uma palavra para este conceito de inveja]

Jonice said...

Quando chegar o dia que eu consiga ir a Portugal quero lembrar-me de pedir-te um roteiro para Lisboa, Luís.

Beijinho

vieira calado said...

Eu não me canso de louvar os Gregos.
E esconjurar a Idade Média!
Bom resto de semana

BlueVelvet said...

olá Luis,
tive o privilégio de visitar o Museu Benaki, numa das minhas visitas A Atenas.
E, embora, não seja comparável, numa dessas viagens visitei Santorini, um dos dois sítios no Mundo, onde tive a certeza que Deus existe.
Só Ele poderia terconstruído tamanha beleza.
O outro foi em St. Martin e St Barth.
beijinhos amigos

João Roque said...

Amigo Luís
permite-me um ponto prévio: estou, como estudioso e amante de História, em total sintonia com o comentário anterior.
Pronto, e agora vamos ao post que teria mil coisas a dizer; como é habitual e não tenho o teu dom de conseguir fluir e serpentear no meio de mil ideias e conceitos, sempre bem encadeados, fico-me por uma ou duas.
Adorando a Grécia e o que da sua civilização estudei, foi com alguma desilusão que visitei Atenas, já por duas vezes; claro que a Acrópole é um mostruário riquíssimo de toda uma civilização e cultura, mas esperava mais da cidade em si, e apareceu-me uma imensa metrópole, toda muito igual, com poucos motivos de interesse, com um grau de poluição terível e com uma beleza pouco surpreendente; além do mais, o povo também não ajuda...
Quanto a peças de museu, e indo mais ao âmago do teu post, fiquei ao corrente do autêntico crime de lesa-património, que foi o roubo de inúmeros tesouros pelos ingleses e que hoje fazem parte do rico acervo do British Museum, entre eles as célebres estátuas colunas que faltam num dos templos da Acrópole...incrível!
Da Grécia fica-me a grata recordação das ilhas, do mar azul e transparente, que tanto inspirou a nossa Sophia.
Abraço.

João Roque said...

Afinal não é o comentário anterior, mas sim o de Vieira Calado; aqui ficam as minhas desculpas e a rectificação.

Outonodesconhecido said...

A Gulbenkian...é o meu porto de salvação! Adoro aquele espaço, desde sempre. é a melhor terapia do mundo. No tempo d afaculdade já para lá ia estudar.
Obrigada pela informação.
Um bj

Kalinka said...

BOA NOITE LUÍS

Começo por agradecer as suas sempre simpáticas palavras deixadas no kalinka.
Fico tãããooooo babada com os elogios que faz. Muito obrigado.

Estou completamente de acordo consigo:
E não há local melhor que a Gulbenkian, onde o prazer da cultura convive com a frescura dos seus jardins.
Tinha estipulado a mim mesma que nestas férias iria passar uma tarde nos jardins da Gulbenkian
...mas...como estou sem máquina fotográfica, acabei por não ir...sinto-me nua sem a minha queria máquina.

HOJE foi o meu último dia de férias pois 2ª feira regresso ao trabalho...e ocupei o dia começando a fazer as compras de presentes para o Natal, pois a noite da troca de prendas é de amanhã a 1 mês, o tempo voa!!!

Beijitos.
Bom fim de semana.

Paula Crespo said...

Olá Amigo,
Também já fui ver e maravilhei-me com a exposição. Pena é que tenha sido "corrida" pelo soar do gongo das 18h, sob pena de me transformar em abóbora...
Beijos!

Anonymous said...

Este post não poderia deixar de comentar, mesmo seguindo de perto o seu blog há já muito tempo!
E a sorte que tenho em ter um maravilhoso espaço como a Gulbenkian a 3 minutos do meu "local de trabalho".
Como eu gostaria que todos nós parássemos um pouco e olhássemos para trás para ver como ainda somos profundamente influenciados por civilizações como a grega, mesmo que esta nos pareça tão longínqua. Penso que o Luís consiga perceber perfeitamente o que quero dizer.
O ano passado analisei um texto que tinha como título "Para que serve a História?"...bem, a resposta seria demasiado extensa!
Em relação à arte, é impressionante o que estes artistas conseguiam produzir, de forma tão perfeita, mesmo a milénios de distância. Uma perfeição que eu não consigo encontrar nos nossos dias. São peças que nos emocionam e que nos fazem desejar que existissem máquinas do tempo, de modo a aproveitar tudo isto na primeira pessoa.
A continuação de um bom trabalho.
beijinhos

Ka said...
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Anonymous said...

Sem dúvida que é nesta altura que sentimos melhor. O calor do verão "embacia-nos" os sentidos.

Ainda na semana passada estive na Fundação (confesso que o dia estava bonito e adiei a visita a esta exposição) e dei um belo passeio pelos jardins, e pena tenho de não poder lá passear todos os dias!

Parabêns pelo artigo
um abraço