Monday, September 11, 2006

regresso à COLECÇÃO RAU

Voltei à COLECÇÃO RAU patente no
Museu Nacional de Arte Antiga! Não perca esta oportunidade única!

A Colecção Rau convida a um fascinante percurso pelos grandes mestres da História da Pintura Ocidental. A Exposição apresenta um magnífico conjunto de 95 pinturas de mestres fundamentais na História da Pintura Europeia, desde o início do Renascimento italiano até à década de 1940-50.

A misteriosa vida e morte do Dr. Rau

Louco? Envenenado? Durante quatro décadas Gustav Rau guardou o tesouro longe da cobiça alheia e dos olhares do público, mas nos últimos quatro anos de vida foi mesmo obrigado a provar aos tribunais que, apesar de viver numa cadeira de rodas e de se perder pelas ruas por exagerar na auto-medicação, continuava na plena posse das suas faculdades.Quando em 1999 fez um novo testamento a favor da Unicef alemã, Rau enfureceu os advogados das fundações suíças que criara para gerir a sua valiosa colecção privada de arte - avaliada, numa estimativa conservadora de 2001, em 600 milhões de dólares (hoje, 470 milhões de euros) -, a segunda maior do mundo, dizem os peritos, depois da Thyssen (Madrid). Um juiz de Baden-Baden acabaria por dar-lhe razão.Em 2000, Michel Dauberville ganhou na justiça francesa a propriedade de Mar em L'Estaque (1836), de Cézanne, alegadamente roubada ao avô durante a II Guerra Mundial.Já depois da morte do coleccionador, duas suspeitas recaíram sobre os seus colaboradores mais próximos: Robert Clementz, o secretário (que veio a Lisboa apresentar a exposição), e Sigrid Thost, que geria judicialmente os bens. Em 2002, o procurador de Estugarda abriu investigações sobre a possível venda de obras sem conhecimento do dono. E exigiu novas análises ao corpo, já que a autópsia revelou níveis elevados de substâncias tóxicas no sangue. Problema cardíaco fora a causa aparente da morte de Gustav Rau, a 3 de Janeiro de 2002, perto da sua cidade natal de Estugarda, na Alemanha.Filho único de um industrial que se associou à Mercedez-Benz e fez fortuna com peças para automóveis, sobrinho do milionário que produzia os caldos culinários Maggi, Gustav Rau nasceu a 21 de Janeiro 1922 e parecia destinado aos negócios.A II Guerra Mundial interrompeu-lhe os estudos de Ciências Políticas e Económicas na Universidade de Tübingen. Mobilizado para a Wermacht aos 19 anos, as convicções anti-nazis ditaram a deserção. Quando a Holanda foi invadida, Gustav entregou-se aos ingleses. E acabou o curso com distinção, em 1947. Como esperado, continuou a gerir empresas. Solteiro e sem filhos, em 1958 gastou pela primeira vez dinheiro naquele que viria a ser o seu único luxo: comprou A Cozinheira, de Gerard Dou (século XVII). Tinha 40 anos quando foi estudar medicina na Universidade de Munique. Graduou-se em 1969, vendeu os negócios herdados do pai e do tio, especializou-se em medicina tropical e pediatria e, em 1971, criou a Fundação Médica do Dr. Rau. Objectivos: combater a pobreza no Terceiro Mundo e promover a saúde e alfabetização.Gustav Rau começou pela Nigéria, mas foi na fronteira do Zaire com o Ruanda que concentrou esforços e fortuna. Em 1977, construiu um hospital que atendia dois mil pacientes/ano e distribuía alimentos a mais de oito mil pessoas/dia. O hospital ainda existe e foi por ele que abdicou do sonho de ter um museu em Marselha (chegou a construí-lo mas ofereceu-o à cidade). Regressado à Europa em 1997, viveu em França e no Mónaco e guardava em Zurique o seu tesouro artístico - que aumentou deixando África três vezes por ano, para ir a leilões na Europa e EUA. Um acervo ímpar que cobre 500 anos de História da Arte, adquirido seguindo apenas o próprio gosto.Por disposição testamentária de Gustav Rau, a sua colecção terá de correr mundo durante 25 anos. A Unicef decidirá depois o que fazer com ela, mas o dinheiro só poderá ser usado em causas filantrópicas.









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