Sunday, February 10, 2008

sedução, conspiração...

Que fazer, num final de tarde de sábado de Fevereiro? O cinema é uma alternativa. Uma aposta num realizador aclamado. Ang Lee continua a explorar os romances proibidos pelo que me pareceu uma escolha acertada. E o filme? Sedução, Conspiração convenceu-me. Mergulhei assim na resistência chinesa à ocupação japonesa, durante a II Guerra Mundial. Um filme que vale desde logo a pena pelos elegantes exercícios de estilo de uma Hong Kong colonizada. A Sra. Mak, uma mulher de sofisticação e recursos, entra num café, faz uma chamada telefónica e depois senta-se e aguarda. Ela recorda como começou a sua história alguns anos antes, em 1938, na China. Ela não é de facto a Sra Mak, mas a tímida Wong Chia Chi. Como caloira na universidade conhece o seu colega Kuang Yu Min, que persuade um grupo restrito de estudantes a desenvolver um plano ambicioso e radical para assassinar um colaborador do ocupante japonês de topo, o Sr. Yee. Cada estudante tem uma função. Wong será a Sra. Mak, e conquistará a confiança de Yee tornando-se amiga da sua mulher e depois atrairá o homem para um affair. A história decorre conforme o argumento – até uma inesperada reviravolta. É um drama psicológico, interior e denso, de uma mulher irredutivelmente enredada numa vida rotineira de dissimulações. Nas cenas de sexo o prazer e o martírio sintetizam, de forma rigorosa, os sentimentos complexos da protagonista. A fotografia e a música são dois outros elementos fundamentais que dão a atmosfera perfeita a mais de duas horas de requinte cinematográfico, que, para mais, celebram clássicos como Casablanca.

23 comments:

BlueVelvet said...

Luis,
vim agradecer as suas visitas.
Queria ir ver este filme, mas no mood for that.
Já fico com um cheirinho dado pelo seu texto.
beijinhos

Maria P. said...

Estou convencida. Parece-me o enredo perfeito, e claro a música é fundamental...

Boa semana Luís*

João Roque said...

Caro Luís
Ang Lee continua fiel a si próprio e neste filme continua, tal como em "Brokeback Mountain" a contar um amor impossível, mas noutras paragens, e com personagens bem diferentes; o que continua igual é a sua imensa sensibilidade...
Abraço.

Art&Tal said...

obrigado pela visita

se tiveres tempo e vontade

dá uma vista de olhos no texto de normal finkelstein que acabei de editar

abraço

Red Light Special said...

Interessante... fiquei curiosa.
Tudo o que envolve terras do sol nascente fascina-me.
Acho que Red nalguma vida passada nasceu com olhos amendoados.
:P
Beijinho para ti Luis, tem uma excelente semana!

Zé Miguel Gomes said...

Fica a sugestão... Vou ver.

Obrigado pela visita ao meu blog.

Fica bem,
Miguel

Oliver Pickwick said...

Definiste muito bem o Ang Lee: amores proibidos; bela fotografia; trilha sonora rebuscada. Este, para mim, é o seu melhor filme.
Abraços!

joshua said...

Estimulante a tua resenha. Estarei atento à melhor oportunidade para ver esse filme.

PALAVROSSAVRVS REX

avelaneiraflorida said...

Caro Luis,

o tempo é escasso para o cinema, para a leitura, para as coisas belas da vida...mas não deixarei de anotar estas dicas!!!!
BRIGADOS!!!

ivone said...

imperdível!

num cinema perto de si.

Outonodesconhecido said...

Também adorei o filme. Hoje fui ver o aldo Selvagem: arrebatador!!!
boa semana

Luma Rosa said...

Deu-me uma boa pedida para a próxima ida à locadora! Gosto da sensíbilidade de Ang Lee! Beijus

Lúcia Laborda said...

Oie meu amigo lindo! Bela descrição do filme! Bela fotografia!
Boa semana!
Beijos

Vulcano Lover said...

concordo contigo. adorei o filme, embora muita gente tehna saido do cinema muito pouco satisfeito... creio que o filme conta o que tem que contar muito bem. E um filme, como dizes, que fala de sentimentos muito complexos, e de uma vida que precisa de percorrer devagar os seus contextos para poder ser compreendida. Contudo, acho que o título também foi muito mal traduzido em português (também em espanhol). Se em português traduziram seduçao, em espanhol fizeram "deseo". Nenhuma das duas palavras transmite o sentido do "lust" inglês, e este matiz é importante para o filme, não achas?

Um abraço

Abrenúncio said...

Pronto, pronto, convenceste-me. Além disso tenho um enorme fascínio por Hong-Kong, que já tive o prazer em visitar.
Para ver brevemente.
Saudações do Marreta.

ANTONIO DELGADO said...

Fiquei impressionado com uma sequência do filme o ÚLTIMO IMPERADOR do Bertolucci, precisamente quando se mostra o dominio do Japão sobre a China. Uma parte da historia universal moderna, pouco conhecida no ocidente...Esta descrição, como os topicos da história é um bom estimulo para ir ver o filme.

Um abraço
António Delgado

GS said...

É também um dos meus passatempos de final de tarde de sábado [menos pessoas, ambiente mais tranquilo, poucas pipocas - detesto pipocas no cinema]!

Mas não quero perder, até porque já vi a apresentação antes de um outro filme, e o realizador é de 'culto' para mim. Os horários têm sido inconciliáveis.

Talvez esta semana...

... evitei ler o resumo do enredo aqui apresentado, gosto de ser surpreendida pela história, mas fixei o apontamento feito à banda sonora e à fotografia, elementos fundamentais de um bom filme!

isabel mendes ferreira said...

in fi ni ta men te.

_______________.





de uma beleza bergmaniana. com uma linguagem plástica rara.

abraço.

Shelyak said...

De Ang Lee, apenas vi o Brokeback Mountain e que nos deixa (ou a mim deixou) a pensar sobre a repressão da sociedade sobre todos os moldes de vida que escapam às regras tantas vezes tão facil e levianamente estabelecidas; um tema um pouquinho semelhante ao meu último post.
Não vi ainda este filme de que falas mas irei sim, sem dúvida.
Abraço e obrigado pela info!

papagueno said...

Foi o meu filme desta quarta-feira e valeu mesmo a pena.
Um abraço.

Paula Crespo said...

É um filme de uma grande elegância. A banda sonora é espectacular e Ang Lee tem vindo a revelar-se um dos grandes cineastas do momento.
Partilhámos o filme e a opinião.
Bjs

Luís said...

Assisti ao filme logo no dia seguinte à sua estreia e adorei: a tua expressão "requinte cinematográfico" resume o filme na perfeição!

Caxuxita said...

O filme é daqueles qu eé imperdivel...

É muito bom mesmo...

Quem não viu vá ver.....

Gostei de ler.