(Girl at Piano, Theodore Robinson , 1887)
Antes do concerto, tinham assente que não haveria intervalo, de modo que, depois O Pássaro de Fogo, de Stravinsky, o carismático Marquês levantou-se e disse, no seu estilo peculiar, que passariam de imediato à última peça, Concerto para Piano nº4, de Beethoven, e, depois, todos poderiam deliciar-se com um famoso vinho verde e um salmão que era um prodígio, para além de um bolo de chocolate porque o chocolate é bom, principalmente em dias de chuva – uma proposta sinceramente aplaudida. Gabriela regressada de Leeds onde participara no prestigiadíssimo Concurso Internacional de Piano voltou à sala com um ar de quem tinha sofrido uma descomunal desfeita; ao mesmo tempo, porém, parecia decidida; Raul aplaudiu-a com energia e, quando ela tocou as primeiras notas sentiu-se estremecer.
Não sabe avaliar tecnicamente o que ouve, tem consciência que não tem pedigree musical, mas para Raul, neurologista que teria fantasiado ser cravista e clavicordista, escutar música, a nobre música, aquela que era, toda ela, sensibilidade em carne viva, e, para mais, ali no Palácio Fronteira, onde até o soalho se comovia, e o piano vibrava sobre as rodas metálicas – era um momento extraordinário. Sentia-se perturbado e, ao mesmo tempo, sereno – a música é uma linguagem idiossincrática mas exprimia a existência e explicava-a e exigia àquele que a escutava a questionar-se de novo. A música não vive bacteriologicamente isolada da vida. Mesmo nascido pobre, o melómano, enquanto tal, é culturalmente aristocrata. A descoberta da boa música é privilégio que os deuses concedem a alguns. Uma obra de arte é uma vitória sobre a morte. E isso é o mais importante de tudo. Se acreditava nalguma coisa, então era nisso. Obvio que nem toda a gente se sentia assim tão deslumbrada: Leonor Gouveia, ex. Secretária de Estado da Cultura, ali, não muito distante dele –, agora incansável angariadora de fundos para a Associação Portuguesa de Historiadores de Arte, conservava uma prudente máscara, um quase sorriso, enquanto, com extrema reserva, consultava os compromissos da sua agenda; depois, agitando as pulseiras, voltou a concentrar-se na música – mas era tão-só uma questão de etiqueta; para ela, estar ali era o mesmo que estar numa basílica, a assistir a uma missa em memória de um qualquer ministro plenipotenciário que nunca prezara, num mundo de comportamentos fictícios. António Berardo, conhecido alfarrabista de Lisboa, melómano clássico, mas não ferrenho, na outra ponta da fila de Raul, aninhado na música como em boa manta escocesa, diria que tudo fora «muito gracioso» – ainda que fosse o Parsifal merecia dele o mesmo comentário. Outros mostravam-se francamente contagiados: aquilo, no fim de contas, era música erudita.
Gabriela, com os seus imensos olhos, – era difícil imaginá-la sem ser a mulher de Raul Champalimaud – pareceu crescer enquanto tocava. Raul sempre se deleitou a observar-lhe as mãos e seguir o frasear constante dos dedos. Ela tinha uma forma de tocar expressiva com tudo o que isso implicava, um movimento contínuo, imparável, e não exagerava na emoção; de facto, sentia-se que refreava a sua própria força interior – desarmante simplicidade, eximia complexidade – para que a sabedoria dos compositores pudesse ressaltar.
Raul procurou Alessandra, mulher aveludada, raça puríssima de traços, os dedos brincando com uma madeixa de cabelo negro que se resguardava por detrás da orelha – e perguntou-se se ela se sentiria contaminada por aquela música, e, se sim, de que maneira. Em Alessandra, era difícil distinguir entre uma total concentração e uma completa abstracção. Raul centrou o seu olhar nela, de tal forma que tudo o mais se esbateu, e Alessandra, apenas ela, ou o pouco dela que conseguia ver, pulsava contra a dupla curva da tampa do piano. Sentiu-se flutuando na direcção de um outro local, um sítio belo, romântico, longínquo, arriscado até, um lugar criado e rasgado pela música. Parecia um daqueles alucinantes sonhos em que nunca se tem a certeza de nada, ou em que não há nada a que memória possa agarrar-se depois de uma pessoa acordar. Que coisa era afinal a sua relação com Alessandra? A intimidade que havia entre eles era tão secreta que, por vezes, era difícil acreditar na sua existência. Perguntou-se se alguém saberia – se alguma pessoa teria sequer uma vaga suspeita. Como é que alguém poderia saber acerca daquele longo salmo de amorosa confidência? Por um minuto, sentiu-se incapaz de se mexer, como se estivesse hipnotizado pela imagem da bela designer de jóias, vinda de Verona, que conheceu na Casa-Museu Medeiros e Almeida há alguns anos atrás, e com ela procurou escapar a uma forma de quarentena intelectual e sexual em que sua vida rotineira se confinara. Quando saiu destas elucubrações, a música mudou rapidamente de rumo – começava a estonteante corrida do final. A incrível anotação – Vivacissimamente – era, para Gabriela, o mesmo que pegar um touro de caras, de tal forma que a música faiscava em entusiásticas batidas. Raul tinha a sensação de estar a ver Beethoven, ou a própria Gabriela, num constante vaivém, disparando ao longo da sala, a música estilhaçando o real. A sonata terminou e logo romperam os aplausos, sem dúvida calorosos, mas também aguçados por um novo entusiasmo, dado que o concerto chegara ao fim – toda aquela experiência era de súbito vista a uma nova luz e mais brilhante, chegara o momento do festim. O Palácio recebia uma espécie de excursão de insuspeitos melómanos a quem tinha sido preparada uma meticulosa e empanturrante ementa musical. Henrique Sampayo, sábio doutor da crítica, bateu palmas com as mãos acima da cabeça quando Gabriela voltou à sala, Helena Sassetti com o seu bronzeado falso gritou um exaltado «Bravo» e Paulo Canavarro, un génie sans une étincelle de goût, imitou-a e pôs um sorriso entreaberto como se tivesse dito um gracejo entre caloiros do Instituto Superior Técnico. Gabriela colocou-se insistente e irredutível junto ao piano; ao fim de segundos, sem uma palavra, sentou-se e tocou Três Danças Sinfónicas, de Rachmaninov. Era um compositor que todos conheciam, e, embora não tivessem nenhum anseio particular em ouvir, mostraram-se condescendentes, se bem que cruzando alguns olhares cúmplices. Depois de escutarem a última grande figura da tradição do romantismo russo ouviram-se aqueles aplausos que prognosticam a retirada do público, a peça durara um horror de tempo, algumas pessoas olhavam já para a saída e começavam a cochichar, mas Gabriela voltou e mergulhou nas Sonatas para Piano de João Domingos Bomtempo. Face a tal insistência, Leonor Gouveia olhou para o relógio, erguendo o braço bem alto para a luz, e uma série de pessoas começaram a abanar-se com o programa. As abanadelas propalaram-se como uma espécie de insurreição, acentuado pelo carpido das pulseiras. Quando Gabriela regressou à sala, o Marquês já se tinha levantado e estava a dizer «Bem…vá lá», como que impondo afavelmente a ordem numa leiloeira, mas a verdade é que Gabriela se sentou novamente ao piano e tocou a mais famosa das obras de Aram Khatchaturian. Raul já se interrogava; com certeza que alguém dissera a Gabriela que deveria ter encores preparados, mas tantos? Atendendo a um sinal do Marquês, Raul foi atrás dela mal acabou a Dança do Sabre, do compositor arménio, e pediu-lhe que parasse aquela espécie de multiplex musical. Ela estacionou no patamar, os olhos fixos nele, enquanto os aplausos desfaleciam velozmente num burburinho que logo se emudeceu para dar lugar ao cobiçado banquete e apaixonadas conversas sem fim acerca da arte tupperware e da Bienal de Veneza.
Um relógio tocou algures no Palácio, lembrando em sete toques que o tempo era efémero e a vida breve. Alessandra não gostou do que escutou e sentiu naquele final de tarde chuvoso; Gabriela não gostou de se sentir observada pela amante italiana do marido, enquanto percorria com os dedos cantatas de Beethoven. Raul sentiu um calafrio pela espinha acima quando compreendeu os olhares demorados e glaciais das duas mulheres dirigidos à sua pessoa… Bastaram umas horas para lhe mudarem a vida: sentiu a sensação angustiante de estar prestes a desempenhar um papel de solista numa ópera de Wagner …
Não sabe avaliar tecnicamente o que ouve, tem consciência que não tem pedigree musical, mas para Raul, neurologista que teria fantasiado ser cravista e clavicordista, escutar música, a nobre música, aquela que era, toda ela, sensibilidade em carne viva, e, para mais, ali no Palácio Fronteira, onde até o soalho se comovia, e o piano vibrava sobre as rodas metálicas – era um momento extraordinário. Sentia-se perturbado e, ao mesmo tempo, sereno – a música é uma linguagem idiossincrática mas exprimia a existência e explicava-a e exigia àquele que a escutava a questionar-se de novo. A música não vive bacteriologicamente isolada da vida. Mesmo nascido pobre, o melómano, enquanto tal, é culturalmente aristocrata. A descoberta da boa música é privilégio que os deuses concedem a alguns. Uma obra de arte é uma vitória sobre a morte. E isso é o mais importante de tudo. Se acreditava nalguma coisa, então era nisso. Obvio que nem toda a gente se sentia assim tão deslumbrada: Leonor Gouveia, ex. Secretária de Estado da Cultura, ali, não muito distante dele –, agora incansável angariadora de fundos para a Associação Portuguesa de Historiadores de Arte, conservava uma prudente máscara, um quase sorriso, enquanto, com extrema reserva, consultava os compromissos da sua agenda; depois, agitando as pulseiras, voltou a concentrar-se na música – mas era tão-só uma questão de etiqueta; para ela, estar ali era o mesmo que estar numa basílica, a assistir a uma missa em memória de um qualquer ministro plenipotenciário que nunca prezara, num mundo de comportamentos fictícios. António Berardo, conhecido alfarrabista de Lisboa, melómano clássico, mas não ferrenho, na outra ponta da fila de Raul, aninhado na música como em boa manta escocesa, diria que tudo fora «muito gracioso» – ainda que fosse o Parsifal merecia dele o mesmo comentário. Outros mostravam-se francamente contagiados: aquilo, no fim de contas, era música erudita.
Gabriela, com os seus imensos olhos, – era difícil imaginá-la sem ser a mulher de Raul Champalimaud – pareceu crescer enquanto tocava. Raul sempre se deleitou a observar-lhe as mãos e seguir o frasear constante dos dedos. Ela tinha uma forma de tocar expressiva com tudo o que isso implicava, um movimento contínuo, imparável, e não exagerava na emoção; de facto, sentia-se que refreava a sua própria força interior – desarmante simplicidade, eximia complexidade – para que a sabedoria dos compositores pudesse ressaltar.
Raul procurou Alessandra, mulher aveludada, raça puríssima de traços, os dedos brincando com uma madeixa de cabelo negro que se resguardava por detrás da orelha – e perguntou-se se ela se sentiria contaminada por aquela música, e, se sim, de que maneira. Em Alessandra, era difícil distinguir entre uma total concentração e uma completa abstracção. Raul centrou o seu olhar nela, de tal forma que tudo o mais se esbateu, e Alessandra, apenas ela, ou o pouco dela que conseguia ver, pulsava contra a dupla curva da tampa do piano. Sentiu-se flutuando na direcção de um outro local, um sítio belo, romântico, longínquo, arriscado até, um lugar criado e rasgado pela música. Parecia um daqueles alucinantes sonhos em que nunca se tem a certeza de nada, ou em que não há nada a que memória possa agarrar-se depois de uma pessoa acordar. Que coisa era afinal a sua relação com Alessandra? A intimidade que havia entre eles era tão secreta que, por vezes, era difícil acreditar na sua existência. Perguntou-se se alguém saberia – se alguma pessoa teria sequer uma vaga suspeita. Como é que alguém poderia saber acerca daquele longo salmo de amorosa confidência? Por um minuto, sentiu-se incapaz de se mexer, como se estivesse hipnotizado pela imagem da bela designer de jóias, vinda de Verona, que conheceu na Casa-Museu Medeiros e Almeida há alguns anos atrás, e com ela procurou escapar a uma forma de quarentena intelectual e sexual em que sua vida rotineira se confinara. Quando saiu destas elucubrações, a música mudou rapidamente de rumo – começava a estonteante corrida do final. A incrível anotação – Vivacissimamente – era, para Gabriela, o mesmo que pegar um touro de caras, de tal forma que a música faiscava em entusiásticas batidas. Raul tinha a sensação de estar a ver Beethoven, ou a própria Gabriela, num constante vaivém, disparando ao longo da sala, a música estilhaçando o real. A sonata terminou e logo romperam os aplausos, sem dúvida calorosos, mas também aguçados por um novo entusiasmo, dado que o concerto chegara ao fim – toda aquela experiência era de súbito vista a uma nova luz e mais brilhante, chegara o momento do festim. O Palácio recebia uma espécie de excursão de insuspeitos melómanos a quem tinha sido preparada uma meticulosa e empanturrante ementa musical. Henrique Sampayo, sábio doutor da crítica, bateu palmas com as mãos acima da cabeça quando Gabriela voltou à sala, Helena Sassetti com o seu bronzeado falso gritou um exaltado «Bravo» e Paulo Canavarro, un génie sans une étincelle de goût, imitou-a e pôs um sorriso entreaberto como se tivesse dito um gracejo entre caloiros do Instituto Superior Técnico. Gabriela colocou-se insistente e irredutível junto ao piano; ao fim de segundos, sem uma palavra, sentou-se e tocou Três Danças Sinfónicas, de Rachmaninov. Era um compositor que todos conheciam, e, embora não tivessem nenhum anseio particular em ouvir, mostraram-se condescendentes, se bem que cruzando alguns olhares cúmplices. Depois de escutarem a última grande figura da tradição do romantismo russo ouviram-se aqueles aplausos que prognosticam a retirada do público, a peça durara um horror de tempo, algumas pessoas olhavam já para a saída e começavam a cochichar, mas Gabriela voltou e mergulhou nas Sonatas para Piano de João Domingos Bomtempo. Face a tal insistência, Leonor Gouveia olhou para o relógio, erguendo o braço bem alto para a luz, e uma série de pessoas começaram a abanar-se com o programa. As abanadelas propalaram-se como uma espécie de insurreição, acentuado pelo carpido das pulseiras. Quando Gabriela regressou à sala, o Marquês já se tinha levantado e estava a dizer «Bem…vá lá», como que impondo afavelmente a ordem numa leiloeira, mas a verdade é que Gabriela se sentou novamente ao piano e tocou a mais famosa das obras de Aram Khatchaturian. Raul já se interrogava; com certeza que alguém dissera a Gabriela que deveria ter encores preparados, mas tantos? Atendendo a um sinal do Marquês, Raul foi atrás dela mal acabou a Dança do Sabre, do compositor arménio, e pediu-lhe que parasse aquela espécie de multiplex musical. Ela estacionou no patamar, os olhos fixos nele, enquanto os aplausos desfaleciam velozmente num burburinho que logo se emudeceu para dar lugar ao cobiçado banquete e apaixonadas conversas sem fim acerca da arte tupperware e da Bienal de Veneza.
Um relógio tocou algures no Palácio, lembrando em sete toques que o tempo era efémero e a vida breve. Alessandra não gostou do que escutou e sentiu naquele final de tarde chuvoso; Gabriela não gostou de se sentir observada pela amante italiana do marido, enquanto percorria com os dedos cantatas de Beethoven. Raul sentiu um calafrio pela espinha acima quando compreendeu os olhares demorados e glaciais das duas mulheres dirigidos à sua pessoa… Bastaram umas horas para lhe mudarem a vida: sentiu a sensação angustiante de estar prestes a desempenhar um papel de solista numa ópera de Wagner …
Luís Galego
9 comments:
Luís,
gostei.És realmente um excelente contista. Um abraço:
Luís
Porque é que nao falas de ti, nao contas coisas verdadeiras?
Os textos sao bonitos mas parece que estamos a ler um e-book. Mais valia escreveres um romance que jeito e talento nao faltam.
Mas para um blogue sempre tudo assim é muito despersonalizado... Credo...
É assim que as histórias acontecem, invisíveis, nas entrelinhas do segredo, apenas assinaladas por uma leve mudança na cor e na textura da pele.
Não... o Luís não é um contista!O Luís é um autor verdadeiro que, de vez em quando se põe no papel de narrador! Não sei se é auto diegético... mas que, por vezes, é participante, lá isso parece-me. Lembra-se, Luís, da caracterização das personagens,ditas "sociais", que o nosso EÇA tão bem disseca n'"Os Maias"?Vejo, no seu texto, as senhoras "Tupperware" da época,que são só aparência e roupas de marca... Mas, tão vazias,que mais parecem "as Leonor Gouveia" de agora... Lembra-se do "concerto de piano"do Cruges nessa obra?Hoje ,como ontem, o público alto-burguês...sem ponta de cultura!
Abraço
Para além da estrutura narrativa é a densidade das personagens que me atrai. Uma densidade esculpida com empenho num tempo cálido, vagaroso, conjugado num modo mais-que-perfeito.
O Luís escreve muito bem! se o faz em blog ou em livro... não importa! o que importa é que partilha a sua verve fértil.
luís
como sempre a tua escrita é profunda, culta, cativante e muito, muito bem escrita...
Reparei no comentário do sr. anónimo. pergunto-me com que direito os outros têm de fazer conmentários do género sendo meros anoónimos.Quem não gosta não vem..
Bem vou apreciar a minha gata a atacar um golfinho de peluxe...
;)
bjs
Mais um excelente texto
que capta o leitor
e o faz percorrer sem pestanejar
a musicalidade e a substancia
narrativa
Um livro pois claro
para dar ainda mais corpo
a tanto talento
Abraço amigo
Ora, que beleza, fazer lembrar-me de Vinícius de Morais e Tom Jobim, musicando este poema tão lindo.
Saudades de ambos.
Saudades de outros tempos. Obrigada, Luis.
"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente."
Vinicius de Moraes
A pintura, belíssima!!! O texto, encantador. Um prazer passear por aqui... Abraços alados!
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