Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
[em vésperas de feriado dedico este poema deste autor maior a todos os que vão passando por aqui e deixam amavelmente algum recado]
4 comments:
Caro Luis
O seu blog é uma incursão pela cultura, continue.
Deixo um dos meus poemas preferidos de Florbela Espanca, que obviamente conhece bem.
Spice
Voz que se cala
Florbela Espanca
Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.
Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos o brando tilintar
De cristais que se afogam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino
Bela foto, belo poema, grande presente para nós, visitantes deste sítio. Bom feriado!
Cheguei na hora certa.
Lindo...
Um dos poemas da minha vida...
Paula Zegre
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