A cidade, a escola, a justiça, a publicidade, os interesses económicos, a competitividade, tudo isto Teolinda Gersão põe em causa na entrevista que dá ao Jornal de Letras (JL), revelando-se, aos 67 anos, mais contestária que nunca. O seu novo livro, A Mulher que Prendeu a Chuva, é testemunho do actual mal-estar português. A morte e a solidão atravessam-no, como documenta o conto Se por acaso ouvires esta mensagem, pré-publicado na edição de ontem do JL.
Brevíssimos excertos da entrevista:
“Fazem-se túneis por todo o lado, e não confio muito na sua segurança. Aqui, os interesses económicos e políticos sobrepõem-se à segurança e aos interesses dos cidadãos. E se um dia Lisboa ruir, ninguém vai ser responsável”.
“As crianças entram para a escola cheias de entusiasmo e de curiosidade, com vontade aprender e de saber coisas, e quatro anos depois estão saturadas, irritadíssimas, a escola aborrece-as”.
“Portugal vive numa fase de desencanto, de ausência de perspectivas, de tanto esforço em vão”.
“Nesta sociedade, a partir dos 40 anos, já não se tem direito a existir”.
“Vivemos no mundo da publicidade, do visual, o que interessa é a imagem, o conteúdo é secundário”.
“O comum das pessoas não tem o mínimo para sobreviver e, muitas vezes, carece de afectividade”.
“No mundo em que vivemos as pessoas são treinadas para ganhar dinheiro, os afectos são relegados para segundo plano. Não se lhes dá espaço”.
“ Um colega é alguém a abater. É um concorrente. Esta mentalidade torna a vida menos gratificante”.
Brevíssimos excertos da entrevista:
“Fazem-se túneis por todo o lado, e não confio muito na sua segurança. Aqui, os interesses económicos e políticos sobrepõem-se à segurança e aos interesses dos cidadãos. E se um dia Lisboa ruir, ninguém vai ser responsável”.
“As crianças entram para a escola cheias de entusiasmo e de curiosidade, com vontade aprender e de saber coisas, e quatro anos depois estão saturadas, irritadíssimas, a escola aborrece-as”.
“Portugal vive numa fase de desencanto, de ausência de perspectivas, de tanto esforço em vão”.
“Nesta sociedade, a partir dos 40 anos, já não se tem direito a existir”.
“Vivemos no mundo da publicidade, do visual, o que interessa é a imagem, o conteúdo é secundário”.
“O comum das pessoas não tem o mínimo para sobreviver e, muitas vezes, carece de afectividade”.
“No mundo em que vivemos as pessoas são treinadas para ganhar dinheiro, os afectos são relegados para segundo plano. Não se lhes dá espaço”.
“ Um colega é alguém a abater. É um concorrente. Esta mentalidade torna a vida menos gratificante”.
13 comments:
"inquitude..."
Tanta verdade.
Boa noite.
Não sei se é la lucidez destas pessoas o a valentia de gritarem alto essas verdades que são tão evidentes, mas que para a maioria passam sempre pelo margem do olhar... Como pessoa inquieta que acho que sou, as vezes tenho também de gritar o que é facilmente visível, mas nenhum parece querer confessar que sim que se da conta...
Obrigado sempre pela luz que pões na realidade...
é o desencanto!
bom fim de semana Luis.
“Nesta sociedade, a partir dos 40 anos, já não se tem direito a existir”.
Foda-se! Só tenho 10 anos de existência??? Tenho que os aproveitar bem caraças!!!!
lololololol
Boa posta essa! Olha posso linkaoteulinknosmeuslinks?
Ok já estas e já es prata da casa!
( embora um blog com tanta cultura como este no meu blog é como pôr um chapéu de sêda num porco mas o que não tem remédio remediado está ...)
lololololol
Abraço e bom fim de coiso!
São verdades incómodas...
Passa também pelo meu blog, estou de volta, desta vez para ficar...espero!
Abraço
Para onde caminhamos?
Bom fim de semana
Olá Luis!
Muito obrigada pela tua visita.
Esta senhora é uma pessoa que diz sem papas na língua, muita coisa que talvez possa incomodar muita gente... ou não!
Dos breves excertos que aqui publicas, escolho este:
"“Vivemos no mundo da publicidade, do visual, o que interessa é a imagem, o conteúdo é secundário”."
São todos bons, mas este... diz tanto, tanto!!
Beijinho soprado
Era excelente que Portugal fosse "rico" em senhoras como esta,que diz as coias pelos nomes.
Não há que ter medo de se dizer as verdades,mas continuar a ter a coragem de "gritar" bem alto!!!
Grandes verdades,adorei este teu post.
Beijinhos Zita
Poesia. Desabafos. Mais poesia. Histórias. Pessoas. Óptimos ingredientes para visitas frequentes!
Meu xaro Amigo,
Antes de mais agradeço a sau visita, Com que então gostou da minha modesta historinha "Diana-as minhas memórias"?
Então que direi eu deste estupendo e eclético blogue. Espanta-me que sendo jovem, como julgo, aprecie realizadores e autres literários e músicas de que também eu gosto e que a maioria dos jovens de hoje não cultiva. Por outro lado a sua lista de links é um tesouro raro.
Não vou perder de vista este seu blogue
um abraço
Olá Luís
Como faz bem saber que há, entre formadores de opinião de nossa sociedade global, quem diga alto e em bom tom tantas verdades ditas inconvenientes.
Beijinhos
“No mundo em que vivemos as pessoas são treinadas para ganhar dinheiro, os afectos são relegados para segundo plano. Não se lhes dá espaço”.
Palavras sábias. De facto encontramo-nos numa sociedade corrupta, mesmo decadente, em que os valores humanistas cada vez mais são desprezados em nome do êxito pecuniário e social. É a era do turbo-capitalismo.
Caro luis,
Sou visitante assídua do seu blog.E mais uma vez,surpreendente!!Pena que sejam poucas as pessoas com uma sensibilidade e noção de realidade como o Luis.Parabens!
Post a Comment