Uma Segunda Juventude. O argumento, baseado no livro do escritor e historiador religioso romeno Mircea Eliade, é complexo: um investigador de linguística faz a busca da sua vida em torno das origens da linguagem, a procura daquele momento inicial em que a articulação de sons permitiu a comunicação humana. Tudo sacrificou a este desejo, negligenciando a sua vida amorosa e perdendo a mulher da sua existência. Um dia, já velho, o mesmo dia em que planeava suicidar-se, é atingido por um raio e sobrevive milagrosamente. O aparatoso acidente torna-o de novo jovem, como se a vida lhe concedesse uma segunda oportunidade, agora dotado de poderes que passam por aptidões intelectuais surpreendentes e um desdobramento da personalidade que funciona como tribunal da Razão, para sintonizar com Kant. Nova paixão carregada de sofrimento e, uma vez mais, a escolha entre a obra de uma vida e o amor. Desta feita, a escolha recai sobre o último, mas esta opção acarreta a morte. A narrativa é algo lenta com uma segunda parte meticulosamente acomodada pela câmara mas que tende a alongar-se embora o cineasta tenha conseguido transformar o ecrã num espelho da essência humana, caracterizado por uma enorme carga poética e simbólica. A “moral” da segunda juventude do filólogo é a opção entre a vida e a carreira, o amor e a solidão. Uma história elegante de amor e uma dissertação filosófica. Um filme para quem muito viveu e quem muito amou. Para quem muito estremeceu com a vida e muito conviveu com o amor.
Uma exposição interessante que nos deixa a interrogação: o que alteraríamos se tivéssemos uma nova oportunidade de viver?
Uma exposição interessante que nos deixa a interrogação: o que alteraríamos se tivéssemos uma nova oportunidade de viver?
23 comments:
O caminho até podia ser outro, mas sempre com curvas, obstáculos,e clareiras cheias de luz...
Beijinhos e boa semana*
Não sei porquê, mas este filme sai um bocado da linha a que Coppola nos habituou, pelo menos parece-me...
A escolha do argumento centrada num livro de um fascista convicto, embora depois trabalhado de forma a dar um volt-face, parece-me um pouco rebuscada; note-se que tudo o que digo pode ser um completo disparate, pois não vi o filme; falo pelo que já li...
Abraço.
Este está também na minha lista que já está bem grande pois há umas duas semanas que vou ao cinema. Confesso que este regresso do Copolla me está a deixar com grande curiosidade.
Um abraço.
Ainda não vi por isso a minha opinião não esta formada...
mas gostei do que li
Beijinho :)
eu acabava com todos os momentos de sofrimento sem sentido que tive na vida. sofialisboa
E não teremos todos nós, a cada dia em que acrodamos, uma nova oportunidade de viver?
O difícil não será a cada dia optar por viver ou sobreviver?!...
Não raras vezes, não seremos prisioneiros de nós próprios e das circunstâncias que ajudámos a criar?!
Ai Amigo!...
Pobres de nós que nos fechamos na concha do passado...
Beijo amigo,
Maria Faia
pressupondo que se conhece a primeira vivência... sim, algumas coisas alterariam... mais que só algumas... talvez muitas...
Respondendo directamente à pergunta o essencial não alteria muito, só em alguns e importante pormenores.
Interessante blogue. Voltarei
Este eu não vou perder.
Adoro o tema!
Muito obrigada pelo poema-presente que deixaste como comentário para mim, Luís.
Boa semana e beijinhos
Caro Luís, preciso ver esse filme!!!
Obrigado por mais uma dica.
Abraços,
Denis
Amigo Luis,
mais uma dica interessante...
quanto á questão...
não é fácil. Uma segunda oportunidade pode ser uma experiência totalmente diferente!!!
Até porque a rotina da vida muitas vezes não nos deixa perceber quantas oportunidades, escolhas, caminhos estamos de facto a viver!!!
boa questão
ainda não consegui ver o filme mas não quero perder
quanto à nova oportunidade de viver não obrigada. mesmo se pudesse fazer alterações.
Olá! "Entrei" de propósito para agradecer a visita e mais ainda por teres afirmado ser o blog "uma verdadeira delícia"! Obrg.
(Claro que o ego ainda agradece mais!). Como o título diz, prefiro rir. Daí que escreva o que e como escrevo.
Sobre o filme estive vendo ontem a entrevista ao realizador e fiquei curioso "ma non tropo".
Sobre as eventuais alterações que faria se vivesse de novo? Pois não sei!
Mudava tudo? É possível.
Nada mudava? Seria o mais certo.
Ou então mudava umas coisitas e depois arrepender-me-ia!
Vá lá saber-se...!
Deixo akele abraço, pah!
A sua análise despertou o meu interesse, caro Luís. Cuidarei de assisti-lo.
Um abraço!
E acha que lhe ia responder a essa pergunta, aqui???
Veludinhos felizes
tentarei de ir ver...
Abraços
Gostei...!
Trata-se de um filme que pode ser adaptado tanto ao cine-clube como ao cineliterário, aqui na minha terreola...è baseado num livro de Eliade?
CSD
Já vi e gostei. Muito estranho, este filme mas muito interessante também.
bjs
Só tenho 30 anos e já mudaria algumas coisas...
Obrigado pela boa sugestão parece interessante!!
beijo
..preciso assistir!
Eu, com certeza, mudaria várias coisas!
Abraços
Gostei da pergunta final... Não confiaria no coração de muitas pessoas!
Abraço de quem gosta muito de passar e passear por aqui.
Acabei agora mesmo de ver a apresentação desse filme num programa sobre cinema. Gostei tanto do que vi que fui até ao meu caderninho de apontamentos e apontei o nome do filme para mais tarde pesquisar. Entretanto comecei a minha ronda pelos blogs do costume e um ou outro novo. Tu foste um desses novos e tal foi o espanto por ter encontrado um post sobre o filme que tinha acabado de apontar no caderno. Isto há coisas do diabo :P
Vou ver se arranjo o livro que deu origem ao filme. Obrigado pelas informações.
Abraço ;)
Fui ver este filme no passado fim de semana e mal sabia eu, quão impressionada ficaria...nunca esperei que o Copolla fosse pegar num tema destes, tão complexo e para além do entendimento "normal".
Mas o mais curioso, foi o ter visto na véspera, nas imediações do ME onde trabalho, uma placa num prédio que dizia" Aqui viveu Mircea Eliadi, nos anos ...filósofo romeno, etc.etc...bem fui investigar e defacto ele foi adido cultural em Portugal, escreveu imensos livros (doutorado em Ciência das religiões) e parece-me que este romance é um pouco autobiográfico, pois ele apaixonou-se pelas linguas e pelo yoga,e teve um amor não correspondido ela filha de um professor da Universidade onde leccionava, enfim, em sintese: fim investigar á Wikipedia e fiquei muito curiosa em saber mais sobre este cidadão romeno... que escreveu um romance tão estranho e invulgar.
Obrigado Luis, pelo seu post. LUCY
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