Pietà, Escultura de Michelangelo (1475-1564)
Não há mulher alguma que no intimo/não tenha/como as aves o instinto/do ímpeto das aves/e do ninho
David Mourão Ferreira
À L.
À JR
As nossas Mães
É de pedra branca e fria mas pulsa como a carne e comove como a alma. A figura de uma mãe que acolhe no regaço o filho morto, com uma dor que é humana e uma serenidade que é divina. A Pietà é a obra máxima da arte, uma escultura que não parece de pedra. Simultaneamente, a dor pela morte do filho, mas ao mesmo tempo a suavidade dos gestos, longo colar de ternura. Assim é a Mãe para quem vamos a correr sempre que nos atinge o sofrimento. Múltipla, singular, infinita, inseparável. Em cada fêmea, em cada amante, em cada mulher, em cada amiga, em cada poetisa, em cada terapeuta, em cada educadora, mesmo na mulher “fácil” e em cada idade, o homem procura a Mãe ausente.
Ó mães dos Poetas! Sorrindo em seu quarto,
Que são virgens antes e depois do parto!
António Nobre
Nós saímos delas mas ficamos infinitamente retidos no seu ventre. A nossa Mãe é nossa para sempre.
Ela veio de um mundo de sangue, calor e dores para lhe dizer certos segredos. Ele sente-lhes o cheiro
Joyce Carol Oates
Nascemos, ambos, no mês de Maio, pai e filho, o mês das rosas, Rosa o nome da avó. Talvez por isso fizemos das rosas a nossa flor, um símbolo, uma espécie de bandeira…
Mãe:
Que visita tão pura me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me deixaste,
Ia chorar de medo e de abandono.
Então vieste, e outra vez cantaste,
Até que veio o sono.
Miguel Torga
Hoje é o Dia da Mãe.
Hoje? Ontem, hoje, amanhã. Sempre. Para sempre.
Olá, Mãe!...
Que bom, Avó!...
E eu ainda um dia
vou entender
a luz que só cintila
exactamente a partir
do teu sorriso
da tua palma quente
- polpa e leite
E lua
Maria Teresa Horta
Com amor, os meninos de suas Mães,
João Galego
Luís Galego
David Mourão Ferreira
À L.
À JR
As nossas Mães
É de pedra branca e fria mas pulsa como a carne e comove como a alma. A figura de uma mãe que acolhe no regaço o filho morto, com uma dor que é humana e uma serenidade que é divina. A Pietà é a obra máxima da arte, uma escultura que não parece de pedra. Simultaneamente, a dor pela morte do filho, mas ao mesmo tempo a suavidade dos gestos, longo colar de ternura. Assim é a Mãe para quem vamos a correr sempre que nos atinge o sofrimento. Múltipla, singular, infinita, inseparável. Em cada fêmea, em cada amante, em cada mulher, em cada amiga, em cada poetisa, em cada terapeuta, em cada educadora, mesmo na mulher “fácil” e em cada idade, o homem procura a Mãe ausente.
Ó mães dos Poetas! Sorrindo em seu quarto,
Que são virgens antes e depois do parto!
António Nobre
Nós saímos delas mas ficamos infinitamente retidos no seu ventre. A nossa Mãe é nossa para sempre.
Ela veio de um mundo de sangue, calor e dores para lhe dizer certos segredos. Ele sente-lhes o cheiro
Joyce Carol Oates
Nascemos, ambos, no mês de Maio, pai e filho, o mês das rosas, Rosa o nome da avó. Talvez por isso fizemos das rosas a nossa flor, um símbolo, uma espécie de bandeira…
Mãe:
Que visita tão pura me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me deixaste,
Ia chorar de medo e de abandono.
Então vieste, e outra vez cantaste,
Até que veio o sono.
Miguel Torga
Hoje é o Dia da Mãe.
Hoje? Ontem, hoje, amanhã. Sempre. Para sempre.
Olá, Mãe!...
Que bom, Avó!...
E eu ainda um dia
vou entender
a luz que só cintila
exactamente a partir
do teu sorriso
da tua palma quente
- polpa e leite
E lua
Maria Teresa Horta
Com amor, os meninos de suas Mães,
João Galego
Luís Galego
14 comments:
que bela entrada, caro Luís. o mal da net é que perdemos a propriedade do que lá pomos, há outros que se apropriam do que era só nosso. isto para dizer que este teu post passa a ser também para a minha Mãe.
abraço
Apenas para te/vos dar os Parabéns.
A poesia torna-se mais bonita e sorridente quando ainda temos a Mãe entre nós.
A mim, resta-me um anjo, e a pétala de rosa que o vento subitamente levou.
Abraço
Lindíssima homenagem a todas as mães :)
Porque não tenho palavras, deixo-te estas:
(…)
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
(Eugénio de Andrade)
Um abraço, muito especial, para ti e para o João...
(afinal são dois abraços...)
Ao juntar tão verdadeiros poemas sobre a Mãe, fizeste tu um novo poema.
Sem sombra de dúvida, a melhor homenagem literária que já li a uma mãe!
Queria muito falar-te sobre o meu AMOR infinito de filha! Corre-me uma lágrima de saudade pela mãe viva mas ausente e tudo o resto se cala em mim. Como eu gostava de ir a correr para ela sempre que me atinge o sofrimento... Ainda vou, mas resta-me um sorriso que continuo a acreditar ser para "a filha da minha mãe" e não para aquela pessoa que está à sua frente.
Vive o privilégio da companhia das "tuas mães" com alegria e essa entrega total às pessoas que amas.
Abraço-vos a todos.
Gena
É lindo ver uma homenagem conjunta de pai e filho à MÃE! E é uma forma muito bem escolhida para neste dia homenageares não só a tua Mãe, mas também a Mãe do teu filho.
Escolha acertada dos poemas, claro e uma foto tão óbvia como bela.
Abraços e beijos.
Meus queridos Luís e João: ontem ,à noite, era impossível entrar no "Infinito Pessoal"; por esse motivo ,não vi esta coisa linda, que acabo de ler. Deve ser maravilhosa essa saudade intensa de uma Mãe,que eu não sou capaz de ter,como já disse ao Luís. Um dia, tenho a certeza!havemos de falar disso, quando já não doer tanto, Luís.
Tenho essa escultura lindíssima, em minha casa, comprada em Roma, há anos.E nem me lembro de nada, quando a olho, a não ser desse olhar único de uma MÃE que viu o filho morrer. Aí ,eu choro por dentro, ao lembrar-me do amor que dou aos meus filhos queridos, que adoro desde o ventre inchado...
Um poeminho para vós dois, que acabo de fazer:
A MULHER É O MISTÉRIO
QUE ALGUNS SABEM LER...
DELA, DO SEU VENTRE EtÉRIO,
DEPENDE TODO O VIVER!
É uma modestíssima homenagem para todas as mães, a minha também, que já não estão entre nós, mas a quem estamos ligados, por laços sobrenaturais.
Um terno beijo para vós.
Notável!
A filial e amorosa gratidão num texto que eleva as «suas Mães» à excelência máxima do ser humano.
Revejo-me nas palavras e aproprio-me delas para as dar à minha Mãe.
Nota: Este é o bem da net que encontro aqui no teu blogue.
Abraço.
mas que ternurento...
ser mãe é ser o centro da terra e pietà tocou-me com uma flor no peito.
obrigada Luís, pelo arrepio que me provocou
"as mães são mães para sempre"
pois são, mesmo quando os meninos partem e ficam
que post doce, Luís Galego, que post doce
um abraço
vim no dia seguinte... mas sempre no dia da mãe. Lindo post e uma justa homenagem!
E que lindo é uma mãe ter meninos assim...
Sensibilidade, emoção e delicadeza, como sempre!
Beijo meu*
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