(imagem retirada daqui)
Apareceste, como o brilho de uma estrela reflectido num lago triste! E entendemo-nos, silenciosos/ Fico embriagado com o teu aroma e o teu olhar/Como quando criança via o mar, que fazia cintilar de alegria os meus olhos fascinados.
Em momentos de tédio, fumo, cinza e dor intensa, em instantes de ansiedade, lágrimas amargas, vinho forte e noites escuras, pensava, nos meus desassossegos infundados, que nunca virias/Mas, agora, o que não entendo, é termos, tu e eu, podido estar, tanto tempo, separados/De teus passos nenhum vestígio havia.
Já que enfim chegaste, fica próxima de mim, muito presa aos meus braços e dança comigo voluptuosos tangos argentinos, corpos entontecidos em fortes abraços; e se o medo no meu espírito se erguer, tal carrasco abastecido de desumanidade, peço-te que ponhas de permeio teu imenso coração a bater.
Em romântico apelo/Ilumina, com o teu, o meu pensar/Que, sem ti, sou uma pobre alma fatigada, a vaguear.
Luís Galego
Em momentos de tédio, fumo, cinza e dor intensa, em instantes de ansiedade, lágrimas amargas, vinho forte e noites escuras, pensava, nos meus desassossegos infundados, que nunca virias/Mas, agora, o que não entendo, é termos, tu e eu, podido estar, tanto tempo, separados/De teus passos nenhum vestígio havia.
Já que enfim chegaste, fica próxima de mim, muito presa aos meus braços e dança comigo voluptuosos tangos argentinos, corpos entontecidos em fortes abraços; e se o medo no meu espírito se erguer, tal carrasco abastecido de desumanidade, peço-te que ponhas de permeio teu imenso coração a bater.
Em romântico apelo/Ilumina, com o teu, o meu pensar/Que, sem ti, sou uma pobre alma fatigada, a vaguear.
Luís Galego
21 comments:
Uau! Belíssimo, Luís!
Beijo :)
Gosto do romântico apelo.
Bjs e bom domingo
Desculpa-me, pelas invasões às tuas páginas...
Mas és tu um "livro de cabeceira" aos que procuram a delicadeza das palavras para entender o que corre e ocorre por entre os caminhos dos sentimentos humanos.
Por trás das fragilidades das escrituras a antítese no sentir.
Grande abraço
Que tangos despidos assim te vistam sempre a alma de sentimentos plenos!
Bom Domingo!
Mais um momento de requinte a fazer-nos renascer a esperança...
Belíssimo poema. É audível a musicalidade e apetece dançar ao som de tão belas palavras. A alegria do reencontro ultrapassa a tristeza das lágrimas amargas choradas à distância de tão insuportável silêncio. “Mas, agora, o que não entendo, é termos, tu e eu, podido estar, tanto tempo, separados/De teus passos nenhum vestígio havia.” Mas, agora, o tango pode ser dançado e a sua voluptuosidade sentida nos corpos. Aqueles corpos que necessitam de respirar o mesmo oxigénio, ouvir a mesma música, ler as mesmas palavras… e que, na solidão, nada mais são do que “pobres almas fatigadas, a vaguear”.
Um abraço.
Olá, Luís!
Há um prémio para si, no Fio de Ariadne.
Obrigada pelos seus textos, em elegante metamorfose ao longo do tempo... :)
O que somos nós senão pobres almas fatigadas? Em busca infinita por vezes daquilo que nem sabemos! E o que é a vida senão essa busca constante!? Gostei imenso...até breve!
De repente,relembro as palavras de um outro poema...de Pablo Neruda!!!!
a aproximação que não se prevê...e que chega!!! Como se isso fosse o mais natural do fluir da vida!!!!
O sentir...idêntico!!!!
Sabe bem sentir em poesia!!!!
Bem sei, o risco de um comentário vulgar sobre a excelência da tua inspiração. Mas, apesar de evidente vulgaridade da minha parte, aqui fica explícito o meu habitual apreço na leitura dos teus textos. Atrevo-me ainda acrescentar numa vulgaríssima presunção de poder dizer alguma coisa de jeito, que este texto me lembra que é na fronteira entre necessidade de liberdade e paixão de domínio que se decide o sucesso de viver com todo o seu sentido. Note-se que o ter a segurança de possuir uma especial iluminação não exclui, antes força à sua procura (“em romântico apelo”) pelos caminhos em que essa luz se torna presente.
love...
love...
love...
Lindo! Lindo! Obrigada Luís por estes belos momentos de poesia e sensibilidade! ;)
Boa semana!
Beijocas grds
Estou meio paralisada diante desse
"Romântico apelo"... Vislumbro a
impetuosidade do mar com o seu vai-e-vem de altas ondas serenando ao
chegar na praia,nos oferecendo sua melodia apaziguadora. Uma imagem que nos faz sentir a paixão e o gozo de um amor profundo e ao mesmo tempo cheio de surpresas...!
Tão bom saber que ainda existem poetas para expressar tão belamente
o amor.
Quero aproveitar a oportunidade para deixar meu agradecimento pela deferência que nos fizeste.As referências sobre Lisboa foram valiosíssimas!
Um grande abraço
Estou meio paralisada diante desse
"Romântico apelo"... Vislumbro a
impetuosidade do mar com o seu vai-e-vem de altas ondas serenando ao
chegar na praia,nos oferecendo sua melodia apaziguadora. Uma imagem que nos faz sentir a paixão e o gozo de um amor profundo e ao mesmo tempo cheio de surpresas...!
Tão bom saber que ainda existem poetas para expressar tão belamente
o amor.
Quero aproveitar a oportunidade para deixar meu agradecimento pela deferência que nos fizeste.As referências sobre Lisboa foram valiosíssimas!
Um grande abraço
A cada visita que te faço,minhas
palavras vão diminuindo, fico sem saber o quê dizer. Como se eu fosse
o mar, suas ondas, aquele vai-e-vem
impetuoso e sereno quando chega à praia...
O quê falar diante de tão belo apelo? Apenas sonhar. E ver o mar.
E ouvir sua melodia.E acalmar o amor, este sentimento impetuoso e profundo que aflora quando lemos um texto de um poeta tão forte quanto o mar!
Quero aproveitar a oportunidade para agradecer as referências sobre Lisboa. São valiosíssimas e acredito que serão bem aproveitadas.
Um grande abraço
Só os poetas para compreender tão bela dança...
" Tú sabes que jamás suplico nada,
y me sabes cautivo de tus huellas, que vivo en la región de tu mirada
y comparto contigo las estrellas"
"Un gran amor se nos acaba un dia
y es tristemente igual a un pozo seco,
pues ya no tiene el agua que tenia
pero le queda todavía el eco."
O último parágrafo é ,decididamente, APELATIVO. Um narrador autodiegético que interliga o Passado ao Presente, na desmesurada ansiedade da solidão...O apelo é romântico...mas angustiado, com medo de perder a "âncora"...O narrador tem que se dar, sem dúvidas, para não continuar a vaguear!
BEIJO de lusibero
Onda andam os textos do infinito que nos iluminam a semana? Tardam desta vez...
LUIS!
apenas uma Palavra:
SOBERBO
SOBERBO
e SOBERBO!
_____________beijos.
No ciclo das marés
nada se repete
As suas palavras são um belo apelo
um grito que ecoa
Abraço
Boas férias e até breve.
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