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Sunday, July 22, 2007

a força de Callas...

Influenciado pela publicidade do canal Mezzo (programação do corrente mês) voltei a ouvir uma das mais belas canções de amor Mon coeur s'ouvre à ta voix. Uma das mais sublimes que ouvi em toda a minha vida! Aprendi a escutar a música com o som um pouco elevado para que possa sentir toda a emoção, toda a estética e surpresa. É isso que faço sempre que oiço esta magnífica interpretação que incita o coração e a respiração pulsarem num ritmo mais profundo. Emociona, muito. Não admira que corações menos preparados dificilmente contenham as lágrimas perante algo tão belo!

Ouvi com comoção esta ária que há muito não escutava, este pedaço de Samson et Dalila, ópera em três actos de Camille Saint-Saëns com libreto de Ferdinand Lemaire, baseado nos capítulos 13-16 do Livro dos Juízes da Bíblia, e que me enclaustrou em casa neste domingo para mergulhar no universo musical do compositor. Se Saint-Saëns não tivesse composto mais nada, Samson et Dalila por si só já bastaria para torná-lo imortal. É muito difícil não ser seduzido, não só pela exuberante poesia do libreto, como pela extasiante beleza da música.

É a história de um homem que foi forte o suficiente para derrotar os inimigos de Israel, os filisteus, mas não o suficiente para resistir à malícia de uma mulher.

Aqui e agora é a voz fabulosa da cantora lírica soprano Maria Callas (dia 28 no Mezzo será a voz do meio-soprano russo Olga Borodina)…

Mon coeur s'ouvre à la voix, (My heart opens to your voice)

comme s'ouvrent les fleurs (like the flowers open)

Aux baiser de l'aurore! (To the kisses of the dawn)

Mais, ô mon bienaimé, (But, o my beloved)

pour mieux sécher mes pleurs, (To dry my tears the best)

Que ta voix parle encore! (Let your voice speak again)

Dis-moi qu'à Dalila (Tell me that to Dalila)

tu reviens pour jamais, (You will return forever)

Redis à ma tendresse (Repeat to my tenderness)

Les serments d'autrefois, (The oaths of other times)

ces serments que j'aimais! (the oaths that I loved)

Ah! réponds à ma tendresse! (Ah! respond to my tenderness)

Verse-moi, verse-moi l'ivresse! (Pour out to me the drunkeness)

Ainsi qu'on voit des blés (Like one sees the wheat)

les épis onduler (the blades undulate)

Sous la brise légère, (Under the light breeze)

Ainsi frémit mon coeur, (So trembles my hear)

prêt à se consoler, (ready to be consoled)

A ta voix qui m'est chère! (by your voice which is dear to me)

La flèche est moins rapide (The arrow is less quick)

à porter le trépas, (to carry death)

Que ne l'est ton amante (Than is your love)

à voler dans tes bras! (to fly into my arms)

Ah! réponds à ma tendresse! (Ah! resond to my tenderness)

Verse-moi, verse-moi l'ivresse! (Pour out to me the drunkeness)

Clicar aqui para ter acesso ao libreto em língua francesa.