Dedicado a Elisabete Silveira, que me ofereceu o livro no dia do meu aniversário…
'A pouco e pouco a sua fé ia esmorecendo. É difícil crer numa coisa quando estamos sós e não podemos falar disso com ninguém. Foi justamente nesses dias que Drogo se apercebeu de como os homens, por muito que se estimem, permanecem sempre distantes; de que se alguém sofre, lá por isso os outros não sentem nenhuma dor, mesmo que o amor que os una seja grande; e isso é a causa da solidão da vida.'
O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati
'A pouco e pouco a sua fé ia esmorecendo. É difícil crer numa coisa quando estamos sós e não podemos falar disso com ninguém. Foi justamente nesses dias que Drogo se apercebeu de como os homens, por muito que se estimem, permanecem sempre distantes; de que se alguém sofre, lá por isso os outros não sentem nenhuma dor, mesmo que o amor que os una seja grande; e isso é a causa da solidão da vida.'
O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati
Existem livros que marcam a nossa vida de maneira especial e única. São livros que mesmo não tendo nada a ver com o que estamos a fazer nos deslumbram. Alguns talvez não mereçam sequer uma releitura. Mas, provavelmente, são obras que determinaram mudanças na nossa vida (pelo menos, na nossa vida de leitores). Livros em que nos (re)encontrámos. Ou livros em que nos perdemos – para, em seguida, tomarmos novo rumo, obras que em determinada época nos arrebataram, nos emocionaram, nos deixaram durante semanas febris e loquazes, levando-nos a descobrir todos os outros títulos dos mesmos autores. Dos que me impressionam, muitos há que são livros de história e de sociologia (até por razões de formação académica e profissional) e onde encontro descrições, testemunhos e relatos de factos ocorridos em determinados períodos que não só me surpreendem como me obrigam a pensar sobre a natureza humana e sobre aquilo que o Homem é capaz de fazer. Livros belíssimos, muito bem construídos e sobretudo muito bem escritos. Existe, há que sublinhá-lo, uma insuportável superioridade da literatura sobre a vida. A literatura existe e resiste. A vida existe e desiste. Não quero, no entanto, pertencer à lista de pseudo-intelectuais que tiram do bolso livros que nunca leram. Parece-me ridículo e provinciano. Escreve J. P. Coutinho que se contam pelos dedos da mão os intelectuais que leram verdadeiramente À la recherche du temps perdu, mas muitos gabam-se de o ter feito. Alguns, nunca leram nada. Apenas «relêem», como glosa o colunista. Relêem os contos do Tchékov. A poesia do Whitman. O realismo de Balzac. O barroco em Cervantes. Titubeio quando alguém diz: «Estou a reler o Crime e Castigo, a reler pela décima vez o Guerra e Paz e ontem reli, sem dar por isso, o Ulysses do Joyce ». Convém clarificar que «reler», nesta farsa, significa «ler pela primeira vez». Ou nem isso. Mas, honestamente, quem admite ter perdido a virgindade com o Zola ou com o Eça, aos trinta ou aos quarenta anos? Ou qual é o politico que não tira da cartola logo um grande clássico quando lhe é aplicado o questionário de Proust? Os livros da vida não devem ser ditos com tamanho despudor. Seria perfeito dizer: os livros da minha vida são os romances de Stendhal, de Lobo Antunes ou mesmo os Contos de Andersen. Depois deles, tudo mudou. Sou um ser humano capaz de compreender a barbaridade e a falsidade, capaz de estimar os homens e de desculpar a injúria. Mas as coisas não são assim. Os livros da vida não existem para melhorar a vida. Pelo contrário, existem para a complicar. São a projecção em ecrã panorâmico do que existe, para melhor ou pior. Quando comparamos a nossa ridícula presença terrena com as existências literárias que fomos acumulando na estante, tudo se torna incomparavelmente mais insignificante. Mais triste. Mais inútil. Porque a grande literatura não nos torna maiores. Torna tudo mais pequeno. Podemos estremecer ao ver a rapariga que se senta no camarote ao lado, mas algum mortal amará como Dante amou Beatrice? Como o Quixote amou Dulcineia? Como Bendrix amou Sarah sob um céu carregado de demência e morte? Ou mesmo como Baltasar, na pena de Saramago, amou Blimunda? Nada na vida é como nos livros. Não vivemos com a intensidade do Doutor Jivago, de Boris Pasternak. Nenhum tribunal ferverá com o comportamento humano e o sentimento de culpa, como em Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Não chove como na Londres de Philip Larkin. A comida não sabe tão bem como nos romances de Hemingway. Os melhores martinis só existem na prosa de Fitzgerald. Nos meses de verão, Veneza tresanda – mas nunca na literatura de Calvino ou de Brodsky. A vida não oferece tamanho prazer e beleza, como deliciosamente descreve M. Teixeira-Gomes, em Gente Singular. E até a dor humana e o sofrimento têm cambiantes que a vida real não comporta, para perceber isso basta ler um dos mais belos textos de toda a literatura portuguesa, Húmus, de Raul Brandão. Os livros oferecem tudo como nos bazares do Oriente. São uma doença maligna que infecta de menoridade toda a dimensão humana. Podemos arquitectar a mais bela história do mundo. Mas já está tudo em Ésquilo, Eurípedes, Sófocles. Aventuras? Camões, Homero, Virgílio. Amor? Chaucer, Dante, Keats. Vingança e tragédia? Sua Excelência William Shakespeare. Porque a verdade é dura: os livros da vida só servem para nos desmoronar a dita. Porque nós partimos, de vez. Mas a Lady Barberina, de Henry James, o Frédéric Moreau, de Flaubert, a Sofia de Reval, de Yourcenar, o Ramires, de Eça, o Heathcliff, de Emily Brontë, a Maria Pascoal, de Agustina, o Hans Castorp, de Thomas Mann, ficam para sempre.
Eu comecei o meu itinerário como a maioria das pessoas: com a literatura clássica. Entretanto, por ser um espírito inquieto, derivei para a poesia na convicção de que uma cultura harmoniosa nunca pode prescindir da poesia, pelo que tenho namorado algumas das vozes mais belas e originais - e renovadoras - da lírica e da épica. Para mim a poesia transmite a mesma ideia mas de maneira mais célere, mas nem por isso de modo mais superficial ou incompleto que a prosa. Às vezes detenho-me mais facilmente num poema de Fiamma Hasse Pais Brandão ou de Ruy Belo do que na prosa volumosa de um ou outro livro de Victor Hugo ou de Leon Tolstói, mas de quem sou incontestável admirador. Dos clássicos, li sobretudo os grandes poetas. Não sei se prefiro a poesia, embora me deleite com os gregos do teatro. Estes são bons companheiros de viagem (mas não vou dizer que os leio e releio trinta vezes…). No entanto, existem, e isso a meu ver tornam-nos mais especiais do que os outros, livros em prosa, mas que tem toda uma poesia embutida nas palavras simples e repletas de significados importantes e toda uma simbologia inovadora. A alegoria, é muito importante num livro. Um destes livros é a obra-prima Deserto dos Tartaros, do italiano Dino Buzzati, que eu vergonhosamente desconhecia até a azafamada Beta me ter entusiasticamente falado nele e, sorte minha, oferecido. Há livros que parecem presos no destino das suas personagens, alguns atingem a glória devido à fama de uma figura marcante que atravessa o texto; outros vivem numa espécie de recolhimento, tal como fazem os respectivos protagonistas. O Deserto dos Tártaros faz parte do segundo grupo, pois imitou o herói na modéstia, condenado, julgo eu, a um injusto esquecimento. É um livro que convida a abandonar a vida que temos, dada a profundidade do tema tratado. Afinal, Buzzati conta-nos um pouco da vida de todos nós. Quem não tem a impressão que, às vezes, está esperando algo acontecer para mudar de vida? Que esse algo pode estar ali, logo ali, ao virar da esquina? E que, na verdade, até sabemos disso, mas não queremos admitir e que somos os únicos responsáveis pelas mudanças? Quantas vezes, eu próprio, não fiquei retido nessa rotina mortificante, envolto nessas brumas do meu forte particular, servindo à espera dos tártaros do deserto próximo, onde a vida parecia tornar-se imóvel? É tocante assistir ao percurso de muitas pessoas parecidas com Giovanni, a idade anunciando no rosto as rugas, o cabelo cor de cinza e o passo menos ágil, como se a torrente da vida parecesse empurrá-las para a margem do rio, vendo-se diante de indagações formuladas pelas névoas do deserto.
Ao mesmo tempo que me satisfez devido à bela prosa poética, sensibilizou-me como homem. Mas antes de me satisfazer incomodou-me. Como Zaratustra, é um livro para ser lido com um apoio por perto, porque dói. É um livro relativamente curto, mas que após lido, lido e lido mais uma vez, pode ser uma espécie de bússola para a nossa vida. O Deserto dos Tártaros é uma etérea (e também cruel) metáfora sobre um mundo imóvel que se recusa a ver a realidade. Uma visão pessimista da existência humana, na busca do sentido para o tempo que corre, do ser perante os grandes espaços da dúvida e do vazio, da solidão e do mistério da morte. No fundo, este romance mágico fala da planície que todos nós contemplamos para a frente das nossas vidas, uma paisagem ameaçadora, habitada pelo desconhecido. O capitão Giovani Drogo, que após se ter formado numa academia militar é designado para ir ao forte Bastiani, um forte abandonado, mas sempre à espera da invasão tártara que nunca vem. Drogo, deste modo, passa a fazer parte deste forte, e este forte passa para Drogo a ser o motivo da sua vida: mas um motivo que nunca chega. A sua vida está sempre à espera de um significado, que somente a guerra que não chega pode dar. O oficial que vê escoar a vida na Fortaleza Bastani, frente ao deserto dos tártaros, teimosamente à espera de uma oportunidade de glória, para vir a ser afastado por incapacidade física no preciso momento em que essa oportunidade se avizinha, é o símbolo da persistente procura da realização plena que ao Homem se nega e que, por isso mesmo, mais incita a lutar e a esperar. E o misterioso sorriso que lhe aflora aos lábios no último instante de vida é, afinal, um sorriso de vitória. A mensagem – não serei eu a estragar o prazer de a revelar – é esclarecedora.
O final do livro emociona. Remete-nos à actualidade em que muitos se sacrificam obstinadamente a objectivos ilusórios e passam a sua vida lutando por um sonho e deixam de viver a vida verdadeiramente, tal como na canção dita ligeira interpretada por uma “velha” senhora das nossas telefonias: sonhos que sonhei, onde estão, horas que vivi, quem as tem, de que serve ter coração, e não ter o amor de ninguém…eu em troca de nada, dei tudo na vida, bandeira vencida, rasgada no chão, sou a data esquecida, a coisa perdida, que vai a leilão. sonhos que sonhei, onde estão?
Depois da leitura de O Deserto dos Tártaros podemo-nos questionar: o que ando a fazer da minha vida? Pelo que ando lutando? Estas perguntas simples muitas vezes dão o significado de uma vida toda, uma vida entre homens e entre livros que valem uma humanidade de conselhos e ideias.
Boa viagem ao Fort Bastiani, meus queridos amigos. Obrigado Beta, pela oferta… Jorge Luís Borges, numa daquelas frases felizes em que é pródigo, diz-nos que as gerações vindouras não se resignarão a esquecer Dino Buzzati. Diz ainda algo que me surpreendeu – que este livro inspirou um belíssimo filme de Valerio Zurlini. Tendo-me eu em conta de cinéfilo (presunção e água benta…!), nunca houvera na minha vida ouvido falar, quanto mais conhecer! Procurei colmatar falha tão grave pesquisando sobre o realizador italiano mas nem sombra dele vi. Descobri-o entretanto na Amazon, e está na lista de prioridades – espero voltar aqui a falar dele.
Eu comecei o meu itinerário como a maioria das pessoas: com a literatura clássica. Entretanto, por ser um espírito inquieto, derivei para a poesia na convicção de que uma cultura harmoniosa nunca pode prescindir da poesia, pelo que tenho namorado algumas das vozes mais belas e originais - e renovadoras - da lírica e da épica. Para mim a poesia transmite a mesma ideia mas de maneira mais célere, mas nem por isso de modo mais superficial ou incompleto que a prosa. Às vezes detenho-me mais facilmente num poema de Fiamma Hasse Pais Brandão ou de Ruy Belo do que na prosa volumosa de um ou outro livro de Victor Hugo ou de Leon Tolstói, mas de quem sou incontestável admirador. Dos clássicos, li sobretudo os grandes poetas. Não sei se prefiro a poesia, embora me deleite com os gregos do teatro. Estes são bons companheiros de viagem (mas não vou dizer que os leio e releio trinta vezes…). No entanto, existem, e isso a meu ver tornam-nos mais especiais do que os outros, livros em prosa, mas que tem toda uma poesia embutida nas palavras simples e repletas de significados importantes e toda uma simbologia inovadora. A alegoria, é muito importante num livro. Um destes livros é a obra-prima Deserto dos Tartaros, do italiano Dino Buzzati, que eu vergonhosamente desconhecia até a azafamada Beta me ter entusiasticamente falado nele e, sorte minha, oferecido. Há livros que parecem presos no destino das suas personagens, alguns atingem a glória devido à fama de uma figura marcante que atravessa o texto; outros vivem numa espécie de recolhimento, tal como fazem os respectivos protagonistas. O Deserto dos Tártaros faz parte do segundo grupo, pois imitou o herói na modéstia, condenado, julgo eu, a um injusto esquecimento. É um livro que convida a abandonar a vida que temos, dada a profundidade do tema tratado. Afinal, Buzzati conta-nos um pouco da vida de todos nós. Quem não tem a impressão que, às vezes, está esperando algo acontecer para mudar de vida? Que esse algo pode estar ali, logo ali, ao virar da esquina? E que, na verdade, até sabemos disso, mas não queremos admitir e que somos os únicos responsáveis pelas mudanças? Quantas vezes, eu próprio, não fiquei retido nessa rotina mortificante, envolto nessas brumas do meu forte particular, servindo à espera dos tártaros do deserto próximo, onde a vida parecia tornar-se imóvel? É tocante assistir ao percurso de muitas pessoas parecidas com Giovanni, a idade anunciando no rosto as rugas, o cabelo cor de cinza e o passo menos ágil, como se a torrente da vida parecesse empurrá-las para a margem do rio, vendo-se diante de indagações formuladas pelas névoas do deserto.
Ao mesmo tempo que me satisfez devido à bela prosa poética, sensibilizou-me como homem. Mas antes de me satisfazer incomodou-me. Como Zaratustra, é um livro para ser lido com um apoio por perto, porque dói. É um livro relativamente curto, mas que após lido, lido e lido mais uma vez, pode ser uma espécie de bússola para a nossa vida. O Deserto dos Tártaros é uma etérea (e também cruel) metáfora sobre um mundo imóvel que se recusa a ver a realidade. Uma visão pessimista da existência humana, na busca do sentido para o tempo que corre, do ser perante os grandes espaços da dúvida e do vazio, da solidão e do mistério da morte. No fundo, este romance mágico fala da planície que todos nós contemplamos para a frente das nossas vidas, uma paisagem ameaçadora, habitada pelo desconhecido. O capitão Giovani Drogo, que após se ter formado numa academia militar é designado para ir ao forte Bastiani, um forte abandonado, mas sempre à espera da invasão tártara que nunca vem. Drogo, deste modo, passa a fazer parte deste forte, e este forte passa para Drogo a ser o motivo da sua vida: mas um motivo que nunca chega. A sua vida está sempre à espera de um significado, que somente a guerra que não chega pode dar. O oficial que vê escoar a vida na Fortaleza Bastani, frente ao deserto dos tártaros, teimosamente à espera de uma oportunidade de glória, para vir a ser afastado por incapacidade física no preciso momento em que essa oportunidade se avizinha, é o símbolo da persistente procura da realização plena que ao Homem se nega e que, por isso mesmo, mais incita a lutar e a esperar. E o misterioso sorriso que lhe aflora aos lábios no último instante de vida é, afinal, um sorriso de vitória. A mensagem – não serei eu a estragar o prazer de a revelar – é esclarecedora.
O final do livro emociona. Remete-nos à actualidade em que muitos se sacrificam obstinadamente a objectivos ilusórios e passam a sua vida lutando por um sonho e deixam de viver a vida verdadeiramente, tal como na canção dita ligeira interpretada por uma “velha” senhora das nossas telefonias: sonhos que sonhei, onde estão, horas que vivi, quem as tem, de que serve ter coração, e não ter o amor de ninguém…eu em troca de nada, dei tudo na vida, bandeira vencida, rasgada no chão, sou a data esquecida, a coisa perdida, que vai a leilão. sonhos que sonhei, onde estão?
Depois da leitura de O Deserto dos Tártaros podemo-nos questionar: o que ando a fazer da minha vida? Pelo que ando lutando? Estas perguntas simples muitas vezes dão o significado de uma vida toda, uma vida entre homens e entre livros que valem uma humanidade de conselhos e ideias.
Boa viagem ao Fort Bastiani, meus queridos amigos. Obrigado Beta, pela oferta… Jorge Luís Borges, numa daquelas frases felizes em que é pródigo, diz-nos que as gerações vindouras não se resignarão a esquecer Dino Buzzati. Diz ainda algo que me surpreendeu – que este livro inspirou um belíssimo filme de Valerio Zurlini. Tendo-me eu em conta de cinéfilo (presunção e água benta…!), nunca houvera na minha vida ouvido falar, quanto mais conhecer! Procurei colmatar falha tão grave pesquisando sobre o realizador italiano mas nem sombra dele vi. Descobri-o entretanto na Amazon, e está na lista de prioridades – espero voltar aqui a falar dele.
Deserto dei Tartari - trailer (não há nada melhor na vida do que sermos surpreendidos; agradeço a R. do Porto por me ter oferecido o filme).
26 comments:
Luís!
Vim lhe visitar, agradecer a tua visita e te parabenizar pelo espaço...
Volte sempre!!!
Bom fim de semana...
Abraços
Quanto à música, se tratava de Beth Carvalho, conheces?
depois de alguns livros...tudo muda. para sempre:
almas ouvidos e olhos que nos crescem e alongam...
e que nos salvam.
/a mim salvaram. rente ao fim.../
e ressalvam.
vejo-te uma sensibilidade imensa e transparente a que não sei dar nome!!
e a escrita...o mesmo...
*
abraÇo
...e dino buzzati...mais um que não conhecia...
Não tenho nada para te dizer, Luís. Disseste tudo! E eu é que tenho que te agradecer porque o livro que te ofereci recebi-o de volta "descodificado" da mais bela forma. Obrigada
Elisabete
Em alguns momentos eu sinto uma grande alegria por terem inventado a internet, por existirem blogs, por eu ter entrado neste campo. Este é um destes momentos.
Quero te dizer o quão bom é poder ler a tua leitura de um livro, Luís!
Obrigada por saber contar assim, obrigada por escrever como escreves.
Tem um ótimo fim de semana :)
Em tempo: adorei as frases abaixo!
A literatura existe e resiste. A vida existe e desiste.
Este post vou copiar e guardar numa pasta mágica chamada "Infinito".
"(...)mas muitos gabam-se de o ter feito. Alguns, nunca leram nada. Apenas «relêem», como glosa o colunista. Relêem os contos do Tchékov. A poesia do Whitman. O realismo de Balzac. O barroco em Cervantes. Titubeio quando alguém diz: (...)"
"No fundo, este romance mágico fala da planície que todos nós contemplamos para a frente das nossas vidas, uma paisagem ameaçadora, habitada pelo desconhecido."
Comentário final: *****
na verdade a propria morte do webern
saiu para tomar ar e fumar... já tinha acabado a guerra e
"acidentalmente" um soldado americano deu um tiro no desgraçado
abraço
Acreditamos no Voluntariado e no que ele tem de melhor para ajudar o Outro. Queremos ser uma Nova Geração para o Voluntariado. Olhamos o Mundo com um Novo Olhar.
Procuramos com o blogue Voluntariado Nova Geração promover e divulgar o Voluntariado Social, enquanto actividade que, através da Solidariedade, do Respeito e da Ajuda, vá ao encontro do Outro, procurando construir uma Sociedade mais justa, humana e solidária.
Faça um “link” do Voluntariado Nova Geração no seu blogue, divulgando esta causa.
Visite-nos e dê-nos a conhecer notícias e testemunhos de voluntariado.
«O voluntariado enobrece os Homens…» T. Jefferson
Retribuo a visita e vou levar o link do blog para o chuinga, pois gostei do que li - abraço, IO.
A literatura é um baluarte infinito onde nos segurámos eteramente.
Bom fim de semana
Bjs Zita
Quem não se lembra do livro que marcou, pelo menos, uma época da sua vida? Eu lembrar-me-ei sempre de "O Prémio", de Irving Wallace.
Eu não li nenhum desses clássicos que vc citou, mas como minha leitura agora foi dica sua e estou adorando, vou conferir alguns que achar por aqui..
Memórias de Adriano é maravilhoso, e estou devorando o livro,.;.
Um abraço é ótimo fds....
Já vi que conheces os meus sítios, são crianças da escola primária onde anda um dos meus filhos!!!
Ainda hoje estive numa comunidade de leitores a relembrar o Principezinho!!
Um abraço!!!
bom texto e bom fds
Isso não é somente um texto, é uma verdadeira aula! Está salvo na minha pasta "preferidos".
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Eu li O deserto dos tártaros lá pelos vinte e poucos anos, numa edição de bolso que ainda guardo comigo. O que escrevestes sobre a leitura do livro e o que sentimos é verdadeiramente o que se passou comigo.
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E que surpresa saber que há um filme baseado no livro! Gostaria muito de vê-lo...
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abraço!
Obrigado pela visita.
"O Deserto dos Tártaros", filme realizado por Valerio Zurlini. Ano de produção - 1976, em Itália, com fotografia de Luciano Tovoli e música de Ennio Morricone.
Jacques Perrin desempenha o papel do tenente Drogo; Vittorio Gassman encarna o de Filimore; o de Mattis é desempenhado por Giuliano Gemma e Philippe Noiret assume o de Amerling.
Espero que estas indicações te possam ser úteis na procura do filme. Vale de facto a pena (digo eu, claro).
Um abraço
O coelhinho devia ver mais vezes o teu blog !
D. MARIA
Não li o livro mas estou certa de que será uma óptima leitura. Vi o filme. Na altura, impressionou-me imenso. Recomendo-o.
Existem livros que mudam a nossa vida, é bem verdade. Já li muito mas falta-me ler muito mais. Nunca vou conseguir ler tudo. :(
E faltam-me leituras importantes.Só há que continuar...lendo...
Bom texto, o seu.
Mais um livro que será uma bela leitura concerteza, a julgar pelos já aqui aconselhados :)
Quanto ao filme, vi no youtube uma pequena amostra que me fez ter vontade de o ver, embora nunca sem antes ter lido o livro.
Leio sempre os livros antes dos filmes de forma a deixar que a minha imaginação se expanda sem barreiras visuais assumidas pelo filme.
Obrigada pela por mais esta dica!
Gostei inmenso deste post. E não só pelo que falas de literatura, de obras-primas ou da hipocrisia dos intelectuais. Também do deserto dos Tártaros, que eu admito não ter lido. A verdade é que não li. Se calhar porque no meu livro de italiano do último ano, usavam excertos deste romance para os analizarem e explicarem a gramática a través deles. Afinal, creio que aborreci-me dele... mas a verdade e que sempre fiquei com curiosidade. Além do sentido da obra, o romance está tão bem escrito!!!
O filme também não vim, e tenho muita vontade de facê-lo, já que Valerio Zurlini é um diretor que adoro. De facto um dos meus filmes preferidos é dele (la ragazza con la valigia).
Um abraço
Quem me tira os contos, "o Conto", tira-me tudo...
Abraço e boas leituras!
FMOP
Acho que devemos lutar pelo que se acredita. Afinal, ao que se reduz um homem sem uma causa (nobre)para defender?
PS Gostei imenso deste post!
:)
Obrigada por essa leitura do Deserto dos Tártaros, foi como se o tivesse voltado a ler. É, efectivamente, um livro donde se sai diferente.
Entretanto, acabei de ler um outro que também me fascinou/perturbou, pela beleza da escrita e pelo tema,
"A Estrada" de Cormac McCarthy, editado pela Relógio d'Água. Lê-o e "(re)escreve-o" para nós, porque ler-te é muito bom.
e esbarrei com este blog, já não sei como... vá-se lá entender os meandros desta coisa...
e fiquei cliente...:)
vou voltar, com mais tempo.
só uma nota de rodapé:
O Deserto dos Tártaros sinto-o como o nosso próprio deserto interior. cada um de nós a "suspender" a vida, em nome de um dia futuro que justifique tê-la perdido quase por inteiro... e talvez a batalha final fosse outra,
não tivéssemos nós escolhido viver os dias de Drogo...*
"O Deserto dos Tártaros" é, para mim, um livro arrebatador. O li alguns meses atrás e posso lhe dizer que foi um dos livros que mais me levaram a refletir sobre a vida e sobre o quê estou fazendo dela. É uma obra-prima, de fato. Excelente, este artigo. Parabéns pelo blog!
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