Tobias, the Mayor: New York is where everyone comes to get fucked. (...) New York is where everyone comes to be forgiven.
SHORTBUS dá-nos a conhecer a vida de várias personagens com algo em comum: uma vida emocional e sexual insatisfatória. Uma viagem, ao mesmo tempo trágica e cómica, pelos meandros de um clube. Uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo, depois de muitos anos a fingi-los com o marido, uma dominatrix que não consegue manter relacionamentos, um casal gay que tenta decidir se pretende introduzir terceiras pessoas na relação, e as pessoas que entram e saem nas suas vidas. O realizador junta-os a todos numa festa semanal chamada Shortbus, uma louca mistura de diversos desejos e fantasias sexuais. Clube "underground" onde se misturam música, política e sexo. Acontece numa Nova Iorque onde os ritmos se aceleram a cada segundo que passa. Um filme que aborda, com frontalidade, novas formas de conciliar o racional com os prazeres da carne e as necessidades imperativas do coração.
Estamos perante conflitos que, se já não são assombrados pela Sida, não deixam de conviver com outro fantasma: o 11 de Setembro. O atentado está presente, seja insinuado nas falhas constantes de electricidade, que afectam toda a cidade. Ou na tristeza, vazio e solidão que levam as suas personagens a frequentar o Shortbus, misto de clube de sexo e cabaré, onde tudo é permitido. Gerido pela drag queen Justin Bond, que o descreve como "just like the 60s, only with less hope", o clube é um refúgio onde cada um tem espaço para resolver as suas neuroses; ali observar é também participar e a par do sexo, em grupo ou nem tanto, existem discussões sobre literatura e arte. Não só se despem corpos como almas. Ambos são inteiramente explícitos. E o sexo, mais do que uma fuga à realidade deste conjunto de pessoas, é um caminho para se descobrirem a si mesmas, o que, em última instância, significa descobrirem o amor.
A extravagância deste enredo depressa se ultrapassa quando o pano cai, e revela que todo o individuo procura novas experiências, algo de novo, algo que signifique algo, uma solução onde tudo faça mais sentido, e onde os medos mais profundos sejam superados...
Shortbus fez-me sorrir e pensar sobre vários aspectos do quotidiano que tomamos por adquirido e certo. Para conseguirmos seguir o interior de cada personagem, temos de olhar para estas pessoas sem preconceitos. Estamos perante uma interessante e cruel abordagem à psique humana no contexto das grandes cidades. Tudo isto no meio de uma banda sonora a cargo dos Yo La Tengo; a voz final pertence a Scott Matthew com [We All Get It] "In the End". Afinal sempre há alguma esperança...
SHORTBUS dá-nos a conhecer a vida de várias personagens com algo em comum: uma vida emocional e sexual insatisfatória. Uma viagem, ao mesmo tempo trágica e cómica, pelos meandros de um clube. Uma terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo, depois de muitos anos a fingi-los com o marido, uma dominatrix que não consegue manter relacionamentos, um casal gay que tenta decidir se pretende introduzir terceiras pessoas na relação, e as pessoas que entram e saem nas suas vidas. O realizador junta-os a todos numa festa semanal chamada Shortbus, uma louca mistura de diversos desejos e fantasias sexuais. Clube "underground" onde se misturam música, política e sexo. Acontece numa Nova Iorque onde os ritmos se aceleram a cada segundo que passa. Um filme que aborda, com frontalidade, novas formas de conciliar o racional com os prazeres da carne e as necessidades imperativas do coração.
Estamos perante conflitos que, se já não são assombrados pela Sida, não deixam de conviver com outro fantasma: o 11 de Setembro. O atentado está presente, seja insinuado nas falhas constantes de electricidade, que afectam toda a cidade. Ou na tristeza, vazio e solidão que levam as suas personagens a frequentar o Shortbus, misto de clube de sexo e cabaré, onde tudo é permitido. Gerido pela drag queen Justin Bond, que o descreve como "just like the 60s, only with less hope", o clube é um refúgio onde cada um tem espaço para resolver as suas neuroses; ali observar é também participar e a par do sexo, em grupo ou nem tanto, existem discussões sobre literatura e arte. Não só se despem corpos como almas. Ambos são inteiramente explícitos. E o sexo, mais do que uma fuga à realidade deste conjunto de pessoas, é um caminho para se descobrirem a si mesmas, o que, em última instância, significa descobrirem o amor.
A extravagância deste enredo depressa se ultrapassa quando o pano cai, e revela que todo o individuo procura novas experiências, algo de novo, algo que signifique algo, uma solução onde tudo faça mais sentido, e onde os medos mais profundos sejam superados...
Shortbus fez-me sorrir e pensar sobre vários aspectos do quotidiano que tomamos por adquirido e certo. Para conseguirmos seguir o interior de cada personagem, temos de olhar para estas pessoas sem preconceitos. Estamos perante uma interessante e cruel abordagem à psique humana no contexto das grandes cidades. Tudo isto no meio de uma banda sonora a cargo dos Yo La Tengo; a voz final pertence a Scott Matthew com [We All Get It] "In the End". Afinal sempre há alguma esperança...
13 comments:
achei que você estava falando de um livro, estava interessado em comprar. gostei da história e do jeito que vc se referiu a ela.
filme é mais barato, mas é mais difícil que chegue aos cinemas por aqui...
Sem dúvida, uma história interessante, concordo. No final de ver, estava sem palavras e andei imenso tempo a pensar nisso. Enfim, é como se fosse a nossa própria aparição. Obrigado pela passagem no meu espaço.
De facto eu estava a ler o teu post e a pensar também no dia-a-dia, as várias faces que o Homem mostra e... as que não mostra.
Bjos*
Ler os teus posts,, e o que eles contém...é um regalo para para os sentidos!
Sinceramente...eu já estava com saudades de te ler.
Sempre que o faço...fico a meditar... quer seja na sugestão de um livro ou filme!
Bom fim de semana.
Beijo da
Maria
"todo o individuo procura novas experiências, algo de novo, algo que signifique algo, uma solução onde tudo faça mais sentido, e onde os medos mais profundos sejam superados..." -muito verdadeira esta frase...então a parte dos medos superados nem se fala!
Fiquei curiosa! Até porque ainda ontem um amigo que prezo muito também me falou deste filme.
Beijinho e bom fim-de-semana
parece com muito interesse.
fica-se com pena de não ver.
O Coelhinho nunca me levava ao cinema.
D. MARIA
É, a psique humana no contexto das grandes cidades é uma viagem, ao mesmo tempo trágica e cómica...
:)
Podia ter vindo aqui mais cedo... mas vim agora.
Poucos filmes me fizeram sentir um vazio tão grande dentro de mim como esse... Foi estranho sair do cinema depois de o ter visto.
Eu explico: o vazio que sentimos quando verificamos que as relações que temos vindo a estabelecer têm o seu "quê" de esterilidade...
Olá
Linda foto, parabéns, eu adoro fotos, fotos com gosto e com sentimento...
Um Abraço
Lembrei-me de uma frase do filme citada por uma personagem "..I used to want to change the world. Now I just want to leave the room with a little dignity".
Post a Comment