Tuesday, August 21, 2007

aninhado na areia ao abrigo dos rochedos...

John Sloan, South Beach Bathers, 1907-1908

E estive demoradamente na praia dos mares em lágrimas diante das ilhas e das penínsulas onde vinham brilhar à noite as luzinhas amarelas e breves dos homens e havia toda a noite as grandes fogueiras brancas ou de cores vivas que chegavam dentro das cavernas onde eu era feliz, aninhado na areia ao abrigo dos rochedos entre o cheiro das algas e da rocha húmida no som do vento das vagas a chicotear-me de espuma ou suspirando na praia e arranhando ao de leve as pedras soltas…
Samuel Beckett, Malone está a morrer, 1951

O tempo de férias é para mim um tempo de bem-estar total, particularmente um período de fruição de leitura. Em férias, sobretudo, leio; leio com um prazer todo ele especial, o maior número possível dos inúmeros livros dos quais, durante o ano, o trabalho me arredou. Para férias levo comigo as obras que, contra minha vontade, fui adiando. Este ano, por exemplo, para além de outros escritores frequentes, levei para a Zambujeira do Mar: Malone está a morrer, de Beckett, O Quê? A Eternidade, de Yourcenar e O Crime de Lorde Savile e Outros Contos, de Oscar Wilde. Três livros de poucas páginas mas a terem de competir com a paisagem da costa alentejana, a ardência do Alentejo à beira mar. Freguesia do concelho de Odemira, a sua costa, integrada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, é debruada a falésias e pequenas praias que, fora das época alta turística e do Festival do Sudoeste, um dos mais importantes festivais de música de Portugal, é um paraíso ainda e felizmente desfrutado por poucos. A dois minutos da nossa casa fica a Praia da Zambujeira do Mar, rodeada por falésias altas, de onde se pode apreciar um deslumbrante panorama sobre o oceano. Banhada por um mar de ondulação forte, com boas condições para a prática de surf e bodyboard, a praia está situada junto à povoação. Depois de termos chegado de Berlim, sete dias e seis noites constituíram um bom campo de alternância em que o ócio permite que o acaso visite a nossa vida, o mundo onírico se sobreponha ao real, e a distensão nos ofereça o encontro com a surpresa que está escondida sob a pele do Mundo. Lídia Jorge lembrou há bem pouco tempo uma vez que entrou num hotel onde se lia O tempo não precisa parar, aqui os relógios só batem horas, à meia-noite em ponto. De facto não precisamos de ir muito longe para sabermos que tudo quanto se pede à pausa do tempo é que ele nos traga uma nova circulação ao sangue. Tardes de calor excessivo, multidões deslocando-se pelas sombras deixando um rasto de objectos atrás de si, lugares de estacionamento preenchidos, praias repletas de gente que se encontra e se desencontra sem cessar, gente a falar mal francês, tias a chamarem os filhos ou os sobrinhos por você com uma amplitude de voz que destronaria qualquer valquíria e loiras palha de pele tipo castanho escuro não são definitivamente as minhas férias, são um Verão ameaçando tornar-se um inferno. Este cenário está distante, por enquanto, daquela Zambujeira, ou eu ditosamente não dou por ele. Também é verdade que nunca fui adepto das tradicionais férias de “papo para o ar”, feitas de sol e de praia, o meu porte irlandês não o consente (private joke); por mim a água do mar devia ser doce e quente, apesar de gostar muito de passear à beira mar e de respirar a maresia. Em abono da verdade prefiro as praias fora do Verão porque é muito agradável, pois tudo se transforma e o mar está alteroso. É outro mar. Ainda assim, nestes dias de Agosto contemplei as ondas com enorme deleite, ouvindo cada som da natureza, algumas vezes acompanhado de Johann Sebastian Bach e a sua Matthäus- Passion, através do MP3, ao qual me tenho rendido. As férias são para mim hipóteses de descobertas, ou redescobertas em tempo não esquematizado e assim subitamente está tudo certo.

Não me peçam, pois, que saia das minhas férias. Quero ficar dentro delas até ao fim da vida; a disponibilidade mental é outra.

43 comments:

avelaneiraflorida said...

Posso dizer que fico "roídinha" de inveja...
Da minha imensa pilha de livros , ainda só consegui acabar dois...

e recantos com mar e tranquilidade...só mesmo em sonhos!!!!

Por isso, caro LUIS , APROVEITE BEM tudinho até ao mais ínfimo pormenor!!!!!
BOAS FÈRIAS e BOAS LEITURAS!!!!

ivone said...

luís

nada como o areal fora de horas...
ou evitar sempre a maré cheia...
à semelhança daquela música muito velhinha do zeca afonso "a formiga no carreiro vai em sentido contrário mudem de rumo mudem de rumo" no cais desabitado...

este verão reli "à beira do rio piedra eu sentei e chorei" de paulo coelho como quem renasce e estende os braços à espera de outras ondas de amor.

conheço demasiado bem esse mar.deixei as minhas memórias enterradas no areal à espera de outras vagas para as descobrirem.desfrutei das falésias banhei-me nessas águas salgadas de frio e nunca mais voltei lá. porquê? talvez porque se lá fosse agora as minhas marés não teriam ondas nem o meu areal as minhas memórias. prefiro que fiquem assim. guardadas nas meninas dos meus olhos.

Alexandre said...

Na Zambujeira do Mar qualquer livro se torna mágico, porque o local jé é mágico em si. Tenho lá parte - grande parte - do meu coração e da minha alma!

Um forte abraço e boas férias!

Beti said...

Oi...
Obrigado pelo comentário, é por estes comentários excepcionais que vale a pena continuar:)
beijo:)

Iara Alencar said...

queria poder ter paciencia pra ler mais

mas nao tenho.

que bom que retornou...mas ja é tarde e preciso ir, amanha eu volto.

Jasmim said...

pois é...
férias e leitura são dois elementos essenciais, se juntarmos uma boa praia temos quase tudo, claro implicito está a companhia dos que amamos.
Sobre a Zambujeira conheço, conheço e gosto muito, assim como de quase todo o litoral português. tenho a vantagem de trabalhar na praia de Outubro a Dezembro, sem ninguém as praias são lindas - eu sei sou egoísta e pretenciosa -mas o que fazer?
bom regresso e espero que continue a manter o espírito de férias.
Eu vou ler uns livros técnicos e antes de de adormecer mais umas páginas do meu "Kafka à beira-mar"
jasmim

Maria said...

Não me espanta....
Na Zambujeira do Mar também ficaria até ao fim da vida (desde que se mantivesse como está).

Fica então de férias. Mas vai aparecendo, de vez em quando....

Beijo

RIC said...

Vim dar uma vista de olhos (e retribuir a visita, claro está).
A praia já esteve para mim bem mais ligada ao Verão; hoje, prefiro-a no Inverno.
Mas foi a bela música que me seduziu e me fez ficar. Obrigado!
Boas férias, mesmo fora de tempo.
Um abraço! :-)

o Reverso said...

vim aqui de fugida e ia escrever que fiquei roído de inveja, mas olhei e vi que a avelaneiraflorida já o disse, assim... goza até ao último minuto.
Abraço.

Carlos Faria said...

Obrigado pela visita e continuação de boas leituras, afinal penso que as férias são o momento ideal para saborear a cultura que o trabalho nos impede de degustar.
Todavia férias para mim significa inverno, época emn que opto por sair desta zona, igualmente idílica no verão, e ver museus, concertos, óperas e claro... ler muito.

Maria Eduarda Colares said...

Vir aqui, a este blog, ouvir a música, ler este belíssimo post... isso também fez hoje parte das minhas férias. Porque férias é tudo quanto sabe a liberdade, maravilhamento e prazer. Os livros, os filmes antigos pela noite dentro, sem horários, sem compromissos... olha, umas boas férias para ti e tudo de bom, de muito bom.

papagueno said...

Conheçi a Zambujeira do mar em 96, na primeira edição do Sudoeste e quase todos os anos lá vou. Chego sempre uns dias antes do festival para poder apreciar bem o lugar sem a confusão e o caos dos festivaleiros.
Um abraço e boas férias.

Maria P. said...

Fica bem aninhado! Aproveita.

Beijinho*

Luís said...

Perto da imensidão do mar todo o que lhe possamos apresentar torna-se pequeno e insignificante. É, por isso, o meu refúgio por excelência.


Aproveita bem estes dias que sempre passam tão serenos...

Um abraço

pin gente said...

eu só levei um, "chocolate". tenho 3 "livros" ambulantes que consomem muita disponobilidade mental.
boas férias

Anonymous said...

yourcenar e wilde são, já de si, férias suplementares. se adicionares as circunstancias...

também tenho uma ´serie de livros por ler. daqueles obrigatórios. e vai ser por estes dias...


abraços

Anonymous said...

Excelente o 'post' sobre Virginia Woolf!, obrigada - infelizmente ao domingo nunca estou em Lisboa e não vi ainda o filme.
Já agora, posso pedir-te as referências do Livro Duras-Mitterrand, que tens como sugestão?, dado o tamanho não consigo ver o título e a editora. Obrigada.
Abraço, IO.

Anonymous said...

Caro,
Conciliar as férias com literatura e música de que se gosta é o supremo prazer para os que como você não se contentam com trivialidades e com conceitos de veraneio que actualmente estão muito na moda (que têm a ver mais com exibicionismo pateta do que se pretende mostrar aos outros do que se é, ou de que se têm) ou seja: - - quem dera que uma grande parte dos portugueses de hoje em dia, pensassem menos em Cancuns e Punta Cana e aproveitassem as férias para ler e para se cultivarem...então sim, seriamos inevitavelmente um país muito mais culto e rico!
Parabéns pelo seu post de fim de férias e pelo belíssimo quadro que me deu a conhecer...
Lucy

Jonice said...

Daqui concluo que teu "dolce fare niente" é repleto de coisas gostosas de fazer. Couldn't possibly sound better!!!
Beijos de ótimas férias :)

Páginas Soltas said...

Passei para ler os magnificos textos que aqui colocas!

Ainda te encontras de Férias.. Pois que elas sejam o mais calmo e relaxante possível!

Aproveita para ler... E fá-lo por mim... Neste momento nem isso consigo... :((

Beijos

Maria Valadas

Iara Alencar said...

Ola Luis. CFerias também tem limite, mesmo que seja num lugar lindo cheio de belezas.
TRabalhar é preciso.

queria conseguir ler assim como voce. ha seculos que adio uma leitura.
sabese tem algum site que a gente baixa livros de graça??

Luís Galego said...

IO

Relativamente à questão que colocas a informação é a seguinte: “A estação dos correios da Rua Dupin”, e a editora é a Casa das Letras. Boa leitura….

Anonymous said...

a fin de cuentas la libertad que da estar solo, ¿verdad?

amor

João Roque said...

Amigo Luís
sobre a Zambujeira do Mar, penso já tudo foi dito; sobre as tuas férias que elas sejam de deleite, pela leitura e por tudo o mais que umas merecidas férias nos trazem.
Gostaria de te dizer, caro amigo, que vir ao teu blog e ler os teus textos, é para mim, um prazer extremo; ao fim de umas semanas de contacto com o conteúdo do blog, estou certo que, quer pela escolha dos temas, quer pela forma como os escreves, é este o blog, que está mais de acordo comigo, na lista de blogs linkados; a tua escrita é perfeita, sem deixar qualquer promenor de lado, mas sem exuberâncias de intelectual, antes pelo contrário, parece que estás a contar uma história e estás mesmo; ao mesmo tempo parecem aulas, e que fácil é aprender quando o "professor" usa a palvra na sua simplicidade, para que seja entendida por todos e não apenas por alguns priveligiados.
Obrigado pelo que vais contando...
Abraço.

Vulcano Lover said...

querido, partilho contigo as tuas reflexões sob as férias de agosto... Sabes? Estive a pontos de ir para essas praias alentejanas no início de agosto... No fim, mudei opinião... teria sido engraçado te encontrar là... Acordo contigo também no facto de pensar que a leitura em férias de verão é outra coisa... Sempre lembro o verão no que lei um dos melhores (e mais extensos) romances da literatura espanhola dos ultimos 30 anos (O Olvidado Rey Gudú da Ana María Matute... não sei se terá sido traduzido ao português, mas é muito recomendável). Foram horas e horas a passar na beira mar, na piscina, na casa a hora da siesta... como uma verdadeira viagem interior...
Sempre vejo tantos pontos de encontro contigo... A Matthäus- Passion (!!!)...
Un beijo grande.

Anonymous said...

Sou um leitor lento, muito lento. E se um livro não me agarra, nem sou capaz de o acabar. Quanto à Zambujeira, considero uma excelente escolha de praia. E, mais para baixo, até São Vicente, melhor ainda. Abraço!

Ka said...

Ainda em férias passei em visitq e deparo-me como sempre com uma bela descricão.
As minhas este ano não poderiam estar mais longe do estériotipo por ti descrito...ainda não fiz um dia completo de praia...lol


Beijinho

Menina Marota said...
This comment has been removed by the author.
Menina Marota said...

Reconheço que sou uma privilegiada...pois durante todo o ano, consigo ter momentos de leitura, no meu “refúgio” e que se tornou uma bênção para mim…

"Em abono da verdade prefiro as praias fora do Verão porque é muito agradável, pois tudo se transforma e o mar está alteroso. É outro mar."

Ora disseste tudo! Em toda a minha Vida, nunca fiz férias em Agosto, (não preciso de explicar porquê…) e gosto realmente do mar fora da época balnear… adoro passear pela praia deserta…

Gostei imenso de ler as alusões contidas no teu texto.
Bj e continuação de boas leituras

(Adorei a imagem!)

Anonymous said...

Férias junto ao mar ( dedicado ao Luís )

o silêncio da natureza
as gaivotas abrindo rasgos no azul
o mar que nos fala para lá da fala
aqui- o tempo é claro como a pedra clara,
aqui- aprendemos a ouvir a nossa própria vozLuís Costa

Cöllybry said...

Pois é boas leituras ao abrigo do vento...

A Eternidade...ummmmmmmmm

Doce beijo

Lúcia Laborda said...

Não quero que saias das férias, curte-a em tempo integral e voltes realizado, de alma nova, feliz!
Fique com Deus!
Beijos

blue said...

obrigada luís galego. também é bom descobrir este lugar aqui.

Anonymous said...

Olá,
Pois é! Gostei muito do post. Os livros, a música, o afastamento das gentes amarelas pintadas momentaneamente de castanho, pronuncias bizarras, automoveis comprados de fresco porque ficam bem com o "sai-de-praia", etc.
O que fica são os livros que nos leva a boas viagens.;-)

Frioleiras said...

Gostei de te ler !
Concordo,
em quase tudo,
o que dizes
à excepção de .... Bach (que eu também adoro...) não dá com praia ao ar livre, não concordas?
Ou estarei a ser pirosa/kitsch?
Para mim, Bach requer intimismo, Inverno, escutado em casa com luzes artificiais, as suas Paixões (divinas) ouvidas e "re-ouvidas" na primavera pascal....
para mim, escolheria Debussy ou Mahler ... para ouvir o mar......
Desculpa, se pareço,
talvez,
um pouco pretensiosa ...
Um abraço
amigo
F.

Fernando Pinto said...

Gosto de ler nas férias livros parcos em palavras, mas ricos em emoções!
Acabei de ler "O velho que lia romances de amor", do outro Luis que conheces... É um livro mágico!

Abraço

Anonymous said...

Obrigada, um abraço e continuação de boas férias!, IO.

Coincidência, o DN oferece hoje o "Mrs. Dalloway" (livro).

Telejornalismo Fabico said...

*




huáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuá
tremendo preguiçoso.





*

Maria Faia said...

Olá Amigo,

Como te entendo...
Já restam neste nosso pequeno país poucos paraísos paisagísticos e, a Zambujeira do Mar, ainda conserva grande parte dessa sua riqueza.
Associar paraíso, a leitura e a mar é como criar uma tríade de eleição que me aprisionaria também os sentidos.
Por tudo isto desejo que o teu paraíso não acabe e a tua tríade esteja sempre presente todos os dias da tua vida.

Obrigado pela, mais uma vez, excelente partilha.

Um abraço amigo

isabel said...

Já tinha saudades de ouvir "Mon coeur s'ouvre a ta voix". E de ler os teus textos. Também eu levei muitos livros. Felizmente, outras coisas aconteceram que não me deixaram ler o tempo todo. Uma aventura, as férias.

Beijos

Gabriel Mário Dia said...

caro luís, as minhas leituras "de férias" foram A Morte em Veneza de T. Mann, o primeiro volume dos contos de Tchékhov (Mann e tchékhov definitivamente não combinam, foi uma vã ilusão da minha parte) e a poesia de ramos rosa que sempre me persegue. Obrigado pela visita. Até sempre.

Anonymous said...

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