Sunday, July 13, 2008

la divina sobre Lisboa…

(Callas, in Norma, 1965)

Maria Callas em Lisboa. O vestido que usou na "Tosca" de Zeffirelli e que esteve nos palcos das grandes óperas como Covent Garden, a Ópera National de Paris e a Metropolitan Opera House de Nova Iorque e as cartas que trocou com Pasolini ou Béjart são alguns dos detalhes que povoam a exposição. Em 1958, a mais trágica das divas actuou no Teatro Nacional de São Carlos. Faz este ano cinquenta anos que a cantora pisou pela primeira e única vez um palco português. Foi em 27 de Março. A prima-donna que estava no seu auge e acabara de protagonizar um escândalo ao deixar o teatro, em Roma, no fim do primeiro acto da "Norma", temia a reacção do público lisboeta, considerado exigente. A boa sociedade de Lisboa compareceu em peso. Entre eles o Presidente Craveiro Lopes e mulher, o Rei Humberto II e a sua filha, princesa Maria Gabriela de Sabóia, e altas figuras do regime. Relatam as crónicas que Maria Callas cantou maravilhosamente "A Traviata", com Alfredo Kraus e com os portugueses Maria Cristina de Castro e o baixo Álvaro Malta, em início de carreira. Para comemorar os 50 anos da sua visita ao nosso país, a Fundação EDP e o São Carlos organizaram "Maria Callas - A Exposição de Lisboa", que reúne 43 vestidos, de cena e pessoais, a sua colecção de jóias (que inclui a coroa de "Norma" criada por Christian Dior) e diversos documentos, como as últimas cartas que Callas escreveu a Onassis (na altura, já comprometido com Jackie Kennedy). Para além destes objectos, pertencentes à colecção de Bruno Tosi, Presidente da Associazione Internazionale "Maria Callas", a exposição apresenta ainda um núcleo dedicado à passagem da cantora por Lisboa - os cenários do Acto II, expostos agora ao público pela primeira vez desde 1958, fotografias inéditas, recortes de imprensa ou, por exemplo, o programa de sala autografado. A exposição contempla também pequenas cabines onde são exibidos filmes sobre a cantora e no final há uma espécie de refúgio para se escutar a voz do soprano. Uma excursão sobre o mito: da sua ascensão até ao firmamento das dive assolute. Precocemente a baptizaram de La Divina. A divina que um dia baixou sobre a cidade das sete colinas para largar Violettas. Senti-me afortunado naquele ambiente operático e quando saí do museu, curiosamente da electricidade, é como se as luzes, todas elas, se tivessem apagado…

Ler texto da Crónica Feminina aqui.

15 comments:

Carlos Faria said...

Memórias de tempos em que ficava bem no curriculum dos grandes cantores ter actuado no São Carlos de Lisboa (disse do curriculum dos cantores e não ao contrário, pois São Carlos tinha o seu mérito reconhecido)... será que alguma vez no futuro esta situação se repetirá?

Anonymous said...

não sei é como percebeu sequer que havia luzes... quer dizer, outras luzes... :-)

João Roque said...

É uma exposição que não perderei de forma alguma.
Abraço.

sofialisboa said...

sabes que tenho o libreto da traviata assinada por ela? na altura o meu tio era director do são carlos...afinal parece que devia ter ido...talvez ainda vá, quem sabe? sofia

Anonymous said...

Dá uma espreitadela ao meu blogue, acabei de publicar os 2 textos finais do desafio literário. Muito obrigado por teres participado, as histórias saíram absolutamente brilhantes! Espero pelo menos 1 comentário a este post! ;)

Até ao próximo desafio!

BlueVelvet said...

Esta, nem eu que não tenho vontade nenhuma de cantar, perco.
Beijinhos
Ps:já viu o correio?

Anonymous said...

Esta mulher tem várias valências para o mito em que se tornou. É que para ser diva, não basta só ter uma voz inesquecível, é necessária a interpretação, o gesto, a atitude. E ela teve-os.

A juntar a isso, toda a vida sentimental atribulada deu-lhe o panache necessário para fazer correr rios de tinta rosa e outra mais trágica.

Gostava de ver a exposição. Por entre os vestidos, deve ondular uma memória muito cativante.

(E tenho de informar a minha comadre desta exposição. É uma das suas maiores fãs - e a sua cara chapada, eh eh eh)

Special K said...

Esta exposição é mesmo imperdível, até já me convidaram para lá ir.
fartei-me de rir foi com a preciosidade que tu descobriste: Um texto da velha Crónica Feminina". Desde os meus 10 anos que não ouvia falar da grande mãe das revistas cor-de-rosa portuguesas.
Um abraço.

Anonymous said...

Estimado,

é sempre um prazer passar por aqui.


Um abraço:

L.C.

Paula Crespo said...

Esta é uma das exposições que gostaria de ir ver. Mais uma! :) Fica em agenda...
Bjs

Unknown said...

uma homenagem nunca fica mal...

la divina maga... que colora uma cidade com um sorriso.

abraço

Tongzhi said...

Esta eu não vou perder!!!
Eu sou "vidrado" em Maria Callas.

Anonymous said...

A grande Diva...
Vou dormir, vou pensar no teu castigo por ficares do lado do cachorro. Tu e o Pinguim ameaçaram-me deixar de falar comigo, maus...bjs

Lúcia Laborda said...

Oie lindinho! Acho difícil, outra assumir o lugar dela. A exposição deve estar sendo sucesso... até eu, de tão longe, fiquei com vontade de ver.
Beijos

avelaneiraflorida said...

Amigo Luís,

não sei se vou poder visitar a exposição...
mas quase que posso "vê-la"por quanto nos é dito aqui!
"brigados"!!!!