Algures em Lisboa
entardece e há um mexer de dedos nervoso
entardece e há um mexer de dedos nervoso
um arrepio
uma voz enclausurada
uma pequena ruga que nasce
um coração que bate descompassado.
uma voz enclausurada
uma pequena ruga que nasce
um coração que bate descompassado.
Algures no centro da cidade,
alguém ofegante que espera
um gesto feminino.
alguém ofegante que espera
um gesto feminino.
Nenhum sedativo pode estancar esse medo
essa ofegante respiração
essa emoção, esse querer
essas lágrimas em bruto
essa emoção, esse querer
essas lágrimas em bruto
no íntimo
10 comments:
"Algures em Lisboa" assistí e ouví
"Fados" maravilhosos, graças a Carlos Saura. E agora, aqui, leio um poema a essa cidade-mulher que só conheço à distãncia...!Ah1 Lisboa, velha cidade, cheia de encanto e beleza, diz a canção. E de grandes poetas, que mesmo "às portas do anoitecer", continuam a
revelar-se !
"estou a ouvir" o Carlos do Carmo a cantar este belo poema...
Abraço.
LUÍS:localização precisa"ALGURES EM LISBOA"... Um sujeito poético aflito, ansioso, demarcado das realidades circundantes, "sozinho no meio da multidão!", um tom confessionalistaà moda de um Romântico inveterado...
Concluo: homem com medo de voltar a AMAR e de se entregar a um novo AMOR!A imagem , verdadeiramente erótica, fala somente "DOS CINCO SENTIDOS/ TODOS NUM CONFUNDIDOS"- palavras de GARRETT...Qualquer homem ou mulher pode viver esses momentos de "embriaguÊs , sem dar um pouco da alma e o amor sem alma é pura pornografia!PARA ESSE HOMEM, É sempre NOITE no AMOR...
BEIJO DE LUSIBERO
Luís, que dizer?
Nada, para não estragar... :)
Essas rugas a se fecharem no íntimo do segredo... algures em Lisboa.
LUÍS GALEGO:NÃO é obrigatório, de modo nenhum, que tu demonstres ter gostado ou não, de um comentário... Mas também gostava de te ver aparecer, de vez em quando, a mostrar que te merece consideração o blog que te aprecia...Não leves a mal dizer-te isto, porque creio que nos conhecemos , há tempo suficiente, para eu desabafar a mágoa de não te ver mais vezes...
BEIJO DE LUSIBERO
algures em Lisboa (ou perto), meu "brother", te confesso que, a cada dia mais mais me espanta a tua escrita, a tua lírica. longe vão os tempos e os barcos de papel em que escrevias tão só e apenas, crónicas (belíssima, por sinal), sobre o mundo das emoções que desejavas partilhar connosco, teus fieis leitores: artes.
Felizmente para a literatura te revelaste desta forma.
Beijo da tua "sister" que te lê SEMPRE. Pois, comenta quase NUNCA...:)
Fica bem, meu bom amigo
Mel
Por veze as esperas
dão bons poemas
mesmo algures no entardecer
Abraço
Algures em Lisboa leio os comentários aqui e sinto-me entupido pela vergonha de não saber comentar com semelhante retórica e idêntico deslumbramento os textos do senhor Luís Galego. Gosto de os ler, os seus textos, confesso. E também que sou um leitor invejoso. Faz parte da minha leitura esta inveja, a de nunca ter escrito com essa sua hábil sensibilidade e brilhante imaginação. A minha confissão é a de quem já chegou a perguntar-se por que insiste em visitar este blogue onde sustenta uma repreensível cobiça sobre uma escrita sempre elogiada. A resposta foi tão desinteressante que deixei de me fazer perguntas a propósito do meu interesse no «Infinito Pessoal». Mastigo os textos. Alimento a fantasia. Fico silencioso. Observando os outros, quase sempre os mesmos, a manifestarem prazeres. Falta-me a elegância dessas manifestações. Desculpe-me! Por aquela falta, é claro, e também pela hipótese de ver aceite esta minha presumida verbosidade. Algures no centro da cidade, permaneço atento às suas histórias.
Sedativos por vezes são balas de pó contra as enxurradas de emoções..
Post a Comment