
São peças de teatro, são teatralizações, actores, actores e palavras. E escritores, essa gente bem vinda ao teatro.
Os tempos cruzam-se, há fantasmas, século XVII e a Corte do Rei Sol, Hollywood, as termas de Esterhazy, o fim do século XVIII, e as trombetas da liberdade a tocarem, mas também pode haver mulheres nuas, amores desencontrados, sutiãs e fala-se de dinheiro, dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Andam uns à procura dele, outros a só querem o amor, o poder, o louvor.
São vários divertimentos uns em honra, outros troçando, saudando, imaginando as sempiternas relações desse casal para sempre dançando, o mecenas e o artista, condenados a suspeitarem um do outro, a amarem-se com ódio e admiração, unidos, desunidos na procura da vitória, vitória sempre contra a morte, pela beleza.
Imaginada beleza, criada beleza, coleccionada, possuída, fechada em cofres. São paródias, divertimentos, brincadeiras, frivolidades.
Sabendo, com Max Ophüls, que a “frivolidade só é frívola para aqueles que não são frívolos”.
Convite de Jorge Silva Melo para festa dos Clássicos na Gulbenkian
Os Clássicos chegaram ao fim numa edição dedicada aos Mecenas. Depois da Tragédia Grega, de Shakespeare, de Camões e dos Contos que a Voz Contou, a Fundação e o grupo Há4 convidaram os Artistas Unidos a projectar uma sessão Em Busca Do Mecenas Perdido. Ontem, domingo, o hall e a escadaria por onde desfilaram as várias edições dos Clássicos conheceram quatro peças inéditas e mais um mistério, “tudo à volta de fantasmas de mecenas”.
De modo informal foram lidos e interpretados textos de Almeida Faria, José Maria Vieira Mendes, Miguel Castro Caldas, Jacinto Lucas Pires e Jorge Silva Melo. De Almeida Faria subiu ao palco improvisado o mistério Vanitas, a partir da figura de Calouste Gulbenkian, um livro editado este ano com imagens do tríptico de Paula Rego que tem o mesmo nome –a escolha do tema "Mecenas, Mecenas" foi também uma forma de homenagear a figura do milionário que esteve na origem da Fundação, numa altura em que esta comemora 50 anos de existência.
Durante tarde e noite, houve lugar para outros cenários: Duas Páginas, um texto inédito de José Maria Vieira Mendes, sugere uma viagem até à corte de Luís XIV, o Rei Sol. Hollywood no seu fulgor, com a peça-radiofónica de um acto sobre a relação de Jane Russel e o milionário Howard Hughes, de Jacinto Lucas Pires; a Fala da Criada dos Noailles, a partir de Buñuel, num texto de Silva Melo; ou ainda o inédito de Castro Caldas em que músicos, escritores e bailarinos explicam o que é Levantar a Mesa. Entres estes Clássicos foi possível escutar canções de opereta e cantigas com amigos de mecenas e outros convidados. Registe-se a interessante conversa travada entre o encenador Jorge Silva Melo e o professor da faculdade de letras José Pedro Serra, à volta do tema.
Foram teatralizações, actores e palavras. E escritores, essa gente bem vinda, como muito bem diz Jorge Silva Melo; ouviam-se as gargalhadas de Maria João Seixas naquele hall, porque textos havia carregados de humor; ontem, domingo, na Avenida de Berna.
De modo informal foram lidos e interpretados textos de Almeida Faria, José Maria Vieira Mendes, Miguel Castro Caldas, Jacinto Lucas Pires e Jorge Silva Melo. De Almeida Faria subiu ao palco improvisado o mistério Vanitas, a partir da figura de Calouste Gulbenkian, um livro editado este ano com imagens do tríptico de Paula Rego que tem o mesmo nome –a escolha do tema "Mecenas, Mecenas" foi também uma forma de homenagear a figura do milionário que esteve na origem da Fundação, numa altura em que esta comemora 50 anos de existência.
Durante tarde e noite, houve lugar para outros cenários: Duas Páginas, um texto inédito de José Maria Vieira Mendes, sugere uma viagem até à corte de Luís XIV, o Rei Sol. Hollywood no seu fulgor, com a peça-radiofónica de um acto sobre a relação de Jane Russel e o milionário Howard Hughes, de Jacinto Lucas Pires; a Fala da Criada dos Noailles, a partir de Buñuel, num texto de Silva Melo; ou ainda o inédito de Castro Caldas em que músicos, escritores e bailarinos explicam o que é Levantar a Mesa. Entres estes Clássicos foi possível escutar canções de opereta e cantigas com amigos de mecenas e outros convidados. Registe-se a interessante conversa travada entre o encenador Jorge Silva Melo e o professor da faculdade de letras José Pedro Serra, à volta do tema.
Foram teatralizações, actores e palavras. E escritores, essa gente bem vinda, como muito bem diz Jorge Silva Melo; ouviam-se as gargalhadas de Maria João Seixas naquele hall, porque textos havia carregados de humor; ontem, domingo, na Avenida de Berna.