Pura Anarquia/(tit. original)Mere Anarchy
«Sinto-me profundamente aliviado pelo facto de o Universo ser finalmente explicável. Começava a convencer-me de que o problema estava em mim.» Começa assim «A física do físico», o singular exercício empreendido por Woody Allen de aplicação das leis do Universo à vida quotidiana.
Pura Anarquia transmite-nos a perspectiva pessoal de Woody Allen sobre temas que vão de amas delatoras («Querida ama») a roupas que cheiram a carne de porco cozinhada duas vezes («Sam, fizeste as calças demasiado bem-cheirosas»), passando por campos de férias de cinema («Calistenia, hera venenosa, montagem final») ou uma visão desapaixonada acerca de uma senhora muito atraente e uma trufa valiosíssima («Que letal se tornou o seu sabor, minha doce amiga»). E ainda fornece uma cunha que se adapta perfeitamente à perna de uma mesa coxa.
Pura Anarquia é clássico Woody Allen – perspicaz, espirituoso, inteligente e irresistível. Com esta colecção de dezoito contos inimitáveis, oito dos quais inéditos e dez publicados originalmente na revista New Yorker, Woody Allen, imaginativo e inventivo como nunca nem ninguém, volta a surpreender-nos.
Texto da Gradiva.
O non sense em toda a sua magnificência. As obsessões mantêm-se. Neuroses comportamentais do dia-a-dia, sempre com uma crítica mordaz. Dos disparates a dar para o surrealista, onde descobrimos vestígios de Buster Keaton ou de Groucho Marx, à paixão pelos russos ou pela “pulp fiction” dos anos 40, passando pelas troças à filosofia, à cientologia ou aos grotescos nova-iorquinos. As histórias de Allen são divertidas e bem conseguidas, onde não faltam empregadas de limpeza wagnerianas. Histórias argutas que satirizam a sociedade contemporânea num estilo que é caracteristicamente de tirar o fôlego. Está lá tudo, com vivacidade idêntica a obras anteriores que líamos com prazer, como Para Acabar de Vez com a Cultura. O sexo, a comida, o amor, a arte e outros temas incontornáveis em dezoito histórias imperdíveis de um criador genial! Neste verão quente é um companheiro de cabeceira ideal, onde se pode mergulhar para rápidos golpes de riso. Explosivamente divertido.
Uma pequena amostra, a propósito de uma Rejeição (um dos contos, talvez o meu preferido), retirado deste Site:
Perhaps the funniest sketch is “The Rejection,” spawned when 3-year-old Misha is rejected from the “very best nursery school in Manhattan.” Boris Ivanovitch cannot face his peers; a dead hare is left on his desk at work; restaurants refuse to serve him and his wife. He hears the ominous tale of another unlucky child, years before — that child’s fate: he had to go to public school, leading inevitably to becoming a murderer. “At the hanging, the boy attributed it all to failing to get into the correct nursery school.
Só mesmo Allan Stewart Königsberg (isto é, Woody Allen)…
«Sinto-me profundamente aliviado pelo facto de o Universo ser finalmente explicável. Começava a convencer-me de que o problema estava em mim.» Começa assim «A física do físico», o singular exercício empreendido por Woody Allen de aplicação das leis do Universo à vida quotidiana.
Pura Anarquia transmite-nos a perspectiva pessoal de Woody Allen sobre temas que vão de amas delatoras («Querida ama») a roupas que cheiram a carne de porco cozinhada duas vezes («Sam, fizeste as calças demasiado bem-cheirosas»), passando por campos de férias de cinema («Calistenia, hera venenosa, montagem final») ou uma visão desapaixonada acerca de uma senhora muito atraente e uma trufa valiosíssima («Que letal se tornou o seu sabor, minha doce amiga»). E ainda fornece uma cunha que se adapta perfeitamente à perna de uma mesa coxa.
Pura Anarquia é clássico Woody Allen – perspicaz, espirituoso, inteligente e irresistível. Com esta colecção de dezoito contos inimitáveis, oito dos quais inéditos e dez publicados originalmente na revista New Yorker, Woody Allen, imaginativo e inventivo como nunca nem ninguém, volta a surpreender-nos.
Texto da Gradiva.
O non sense em toda a sua magnificência. As obsessões mantêm-se. Neuroses comportamentais do dia-a-dia, sempre com uma crítica mordaz. Dos disparates a dar para o surrealista, onde descobrimos vestígios de Buster Keaton ou de Groucho Marx, à paixão pelos russos ou pela “pulp fiction” dos anos 40, passando pelas troças à filosofia, à cientologia ou aos grotescos nova-iorquinos. As histórias de Allen são divertidas e bem conseguidas, onde não faltam empregadas de limpeza wagnerianas. Histórias argutas que satirizam a sociedade contemporânea num estilo que é caracteristicamente de tirar o fôlego. Está lá tudo, com vivacidade idêntica a obras anteriores que líamos com prazer, como Para Acabar de Vez com a Cultura. O sexo, a comida, o amor, a arte e outros temas incontornáveis em dezoito histórias imperdíveis de um criador genial! Neste verão quente é um companheiro de cabeceira ideal, onde se pode mergulhar para rápidos golpes de riso. Explosivamente divertido.
Uma pequena amostra, a propósito de uma Rejeição (um dos contos, talvez o meu preferido), retirado deste Site:
Perhaps the funniest sketch is “The Rejection,” spawned when 3-year-old Misha is rejected from the “very best nursery school in Manhattan.” Boris Ivanovitch cannot face his peers; a dead hare is left on his desk at work; restaurants refuse to serve him and his wife. He hears the ominous tale of another unlucky child, years before — that child’s fate: he had to go to public school, leading inevitably to becoming a murderer. “At the hanging, the boy attributed it all to failing to get into the correct nursery school.
Só mesmo Allan Stewart Königsberg (isto é, Woody Allen)…
P.S Ainda a propósito de non sense, ontem à hora que todas as Cátias Vanessas vão para a praia, fui com o J. ver os Simpsons no grande ecrã. Deparámo-nos com o nu frontal de Bart e uma estranha afinidade de Homer com o universo suíno. The Simpsons é a série de desenho animado mais longa na história da televisão: são 18 anos de gargalhadas! Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie detonam o estilo de vida americano. Não há como ficar indiferente a eles: não há ninguém que não se compare a algum membro da família ou a algum morador de Springfield (por exemplo as irmãs da Marge fazem-me lembrar duas personagens reais que não posso revelar). A vertente masculina daquela família é um autêntico “nojo”; assim qualquer um vira feminista, e sem remorsos… Um pai e um filho completamente dementes e subversivos numa família que, apesar das constantes brigas, subsiste porque é unida. Material sociológico muito curioso para avaliar a sociedade americana. Continuam em grande forma e desta vez num filme que valeu a pena. Ver trailer aqui.
19 comments:
luis, obrigada pela sugestão, cá vim à procura de "rir às gargalhadas". Tinha-me escapado na altura e subscrevo inteiramente! Como é que me pude esquecer de algumas!! Não há nada como rir! E estes senhores sabem como pôr as pessoas (muitas, felizmente) a rir. Gosto tanto de humor (bom) que nada me deprime mais do que o humor de meia tijela, reles, estúpido.
É claro que como quando venho a este blog me demoro sempre, fui apanhada pela Lady Chaterley, pelo Oliveira e pelos Simpsons. E todos eles valeram a pena.
Deixa lá as Cátias Vanessas irem à praia e continua a manter este infinito tão pessoal, onde encontro sempre tanto para apreciar e com que me identificar.
E always watch good series... como diria o saudoso Herman ou, como diz o fc. no não há nada como o realmente, "com séries não se brinca"!
Oi Luis,
Passando para agradecer sua visita no Visão Masculina e desejar-lhe uma ótima semana.
Um Abraço
Paulo
Luis Galego,
O non-sense é a minha perspectiva de vida FAVORITA!!! Preciso dela para enfrentar o mundo que me rodeia...
"Brigados" por esta pista do Woody Allen. Vou já a correr, procurá-lo!!!!
Quanto aos Simpsons...já reparou na foto do meu cantinho? Isso diz tudo, não?????
UM BOM DOMINGO!!!!
Luis
o Woody é impagável.
bom domingo.
abraços
bru
Olá Luis! Olhe que antes de Faria também sou Luis, já o meu pai o era!
Somos também uma parte física da Fisica, que neste mundo moderno e louco, de americanado tem um pouco.
Parabéns por este espaço, obrigado pela visita, Bom Domingo e boa semanada, menos americanada.
José Faria
Olá lindo!!
Passando para te deixar um beijinho, e desejos sussurrado ao teu ouvido de um feliz Domingo..
Ando meia doentinha e com dores de cabeça não deu para ler o teu post amanhã já cá volto e de armas na mão para te comentar e ler teu post como deve ser.
Agora me retiro silenciosamente deixando mil beijos em teu coração
Whispers
belíssimas dicas luís!!
ignorava ambas...
o filme ficará para mais tarde ( e sim, que belíssimo retrato social americano que são os simpsons!!), mas o livro, sim, vou procurá-lo...
gosto muito de woody allen... curioso, o pequeno trecho,
de repente pareceu-me estar a ler paul auster...
abraÇo :)
Pelo que leio, Woody Allen no seu melhor...
E os Simpsons já mereciam um filme, sim...
Apenas o calor me impediu de pôr alguns filmes em dia, hoje.
Talvez quarta ou quinta, quem sabe...
Um beijo
Olá Luis,
Ao que vejo, Woody Allen no seu melhor.
É sempre um privilégio passar por aqui e encontrar sugestões de qualidade.
Tentarei passar por lá e deliciar-me também.
Uma boa semana.
Beijo
Oie Luis! Obrigada pela dica. Confesso não conhecer a respeito. Mas valeu! Agora vou me aprofundar.
Boa semana! Fique com Deus!
Bjs
Luis,
Sabes que associo Woody Allen ao Outono e Inverno? Cada tolo com a sua mania...hehe
Mas pronto, fica esta excelente dica para quando vier de férias :)
Beijinho e boa semana
PS - Ainda ontem falava com um amigo meu e referi-me também ás Katias Vanessas que povoam as nossas praias...lol
*
duas das melhores coisas que a cultura norte-americana produziu no final de século: allen no cinema, e simpsons na TV.
tô louco pra ver o desenho animado.
e curioso pra descobrir que rumo allen vai dar à carreira com essa produção rodada na espanha, já que, pra mim, ele vem fazendo filmes muito fracos e longe das características que o tornaram singular.
*
Woody Allen is deliciously great!
The Simpsons hilariously true!
Tem uma ótima semana, Luís :)
Beijinhos
como sempre estoy a apreender coisas cada vez que entro para o teu blogue... Gostei muito de te ler de novo.
Um abraço forte-
Amigo Luís
quase premonição, um texto sobre Woody Allen, nas vésperas da morte de um dos seus mestres desde sempre assumido, I.Bergman.
Allen é, em si próprio e também já, um caso de cinema; este judeu nova iorquino, que agora deambula pela Europa que sempre o compreendeu melhor que os patrícios, não para de fazer filmes e nunca nos deixa indiferentes.
Quanto aos Simpsons, não posso perder esse nu frontal do Bart, ehehehehehe.
Abraço.
qual é o melghor sítio para se estar numa tarde de calor infernal?... quando todas as Cátias Vanessas e Zés marias vão à praia??? Numa fresquinha sallinha de cinema!!!!
beijocas grandes Luís!!!!
E eu tão certo de que irei adorar este livro!:)
obrigado, luís.
abraço
Já sei qual vai ser o meu próximo livro...
Merci pela sugestão :)
Abraço que aqui deixo.
Comprei o livro há umas semanas, não poderia perdê-lo! :) Só que ainda não o li. Pelo que aqui revela, deve ser mesmo do bom e do melhor à Woody Allen. O que é sempre de prever com ele. Acho-o de um humor irresistível.
Quanto aos Simpsons, sempre os considerei superdivertidos. Não vi o filme mas todos os que me são próximos e o viram, gostaram.
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